Estamos vivendo um momento crucial na História da humanidade. Momento difícil de ser compreendido, principalmente se observado por análises dos fatos de maneira isolada. Mas, quando digo ‘isolada’, isso não significa que quem for capaz de identificar os vários fatores e agentes envolvidos em determinados fatos não os esteja analisando também de maneira isolada. Na verdade, entender um fato em sua plenitude, principalmente nos dias de hoje, significa ser capaz de identificar e de compreender a conexão entre os vários acontecimentos, aparentemente desconexos, que estão envolvidos naquele fato.
A crise financeira norte-americana, que aflige o mundo, e a crise política na Bolívia, que a nós brasileiros e a todos os nossos vizinhos particularmente aflige, são desses fatos importantes que precisam ser muito bem analisados, cuidadosamente analisados, para que não se descambe para análises completamente distorcidas da realidade e totalmente desligadas das verdadeiras razões – o que acaba colaborando para o sucesso dos planos dos verdadeiros operadores do teatro mundial (planos estes, desta vez, realmente ambiciosos e nada bons para os amantes da Criatura e da Liberdade).
Nesse cenário mundial, não se pode mais, por exemplo, interpretar os fatos importantes sem que seja levado em consideração o recrudescimento da ‘Guerra Fria’, porém, agora, ampliada e representando o confronto entre toda a sociedade ocidental-cristã (esteja ela onde estiver) e o resto do mundo – que reúne diversas forças para destruí-la.
Não é nenhuma novidade o fato de que os comunistas sempre tenham dito que o sucesso do comunismo dependesse da consumação daquele regime em todo o planeta. Também não é nenhuma novidade o desejo do Islã de reinar sobre todos os povos da terra. Os adeptos desses dois projetos de poder mundial estabeleceram uma trégua entre suas diferenças e se uniram para destruir o ‘gigante imperialista ocidental cristão’ representado em sua liderança pelos EUA. Estas forças de destruição atuam, não só mundo afora, como dentro do território norte-americano, há anos – os presidentes Jimmy Carter, Bush (o Pai) e Bill Clinton e, agora, o candidato Barak Obama que o digam (são todos, dentre outros, provas vivas disso).
Infelizmente, eu devo insistir para que todos vocês leiam ou releiam estes dois artigos: “AMÉRICA: DA LIBERDADE AO FASCISMO” e “Quem é o inimigo?”. Digo ‘infelizmente’ porque é mais coisa para ler, mais coisa para interpretar, para absorver. Mas, não dá para explicar tudo nesse artigo. Também seria bom que todos pudessem ler: Série CAI O PANO, Série CAI O PANO - 2, Série CAI O PANO - 3, Série CAI O PANO - 4, Série CAI O PANO - 5, Série CAI O PANO - 6, Série CAI O PANO - 7 e Série CAI O PANO - 8. São capítulos de um livro que ainda não acabei de escrever e que está parado no capítulo 8, entre outras coisas, por total falta de tempo de minha parte, já que o projeto necessitaria de dedicação integral - o que não posso fazer no momento.
Observe-se que Bush, a partir dos atentados de 11 de setembro de 2001, tem acelerado o processo de construção/aprimoramento do escudo antinuclear norte-americano, estendendo-o para a Europa. Putin, o verdadeiro comandante da Rússia, por seu lado, ameaça com ataques – inclusive nucleares – aos americanos e a seus possíveis aliados. A Rússia reativou bases militares em territórios estrangeiros na Ásia e os EUA reativaram a IV Frota (e tem gente que acha que isso se deva por causa do petróleo brasileiro do Pré-Sal). Todos os inimigos dos EUA estão sendo abastecidos com armamentos e munições de todos os tipos – seja isso feito de forma legal e aberta ou não, direta ou indiretamente, pelas mãos dos russos.
Em relação à crise financeira dos EUA, talvez, por ter subestimado seus inimigos, o Estado norte-americano, por questão de sobrevivência, não tenha outra alternativa além de acabar cedendo aos planos da oligarquia transnacional e trocar sua moeda, fazendo com que muita gente e muitos países pelo mundo fiquem com aquele volume todo de dólares, como uma pesadíssima batata quente, nas mãos. Isso sempre esteve nos planos dessa oligarquia, que, há tempos, já vem trocando ‘riqueza’ financeira por riqueza real (terras, bens de produção e minérios), para acabar tendo controle total sobre todas as cadeias de produção de bens de consumo finais. Só que, talvez, se o Estado norte-americano antecipar essa troca de moeda, a oligarquia transnacional não se saia completamente vitoriosa. Ainda é cedo para avaliar.
Não tenham dúvidas de que a América do Sul – portanto, o Brasil, que ocupa, sozinho, a maior parte do Continente – está sendo alvo de ação no contexto dessas disputas. Em tendo o escudo antinuclear, parte da Europa e dos Estados Unidos relaxaram na ‘manutenção’ de zonas de retaguarda, para abastecimento e sobrevivência a um conflito nuclear. Subestimaram a capacidade de infiltração e de ação do inimigo dentro de suas fronteiras, assim como avaliaram mal a importância, em termos de quantidade, de se poder contar com povos e territórios aliados. Não ligaram para a esquerdização da América-Latina (completamente patrocinada pelos mesmos inimigos que atuam dentro do estado norte-americano) e, depois de 2001, tentam, sem sucesso (com exceção da Colômbia), trazê-la de volta para o bloco dos aliados do grupo ‘ocidental-cristão’. Outra razão para a criação da IV Frota.
Ao mesmo tempo, sabe-se que a vocação da América-Latina jamais foi a comunista, ainda que tenham prevalecido na região ditaduras paternalisto-populistas – que são coisas diferentes. É natural, portanto, que venezuelanos, argentinos e, agora, bolivianos saiam às ruas para lutar contra a implantação do comunismo em seus países. Ao contrário, como já disse, parte do mundo tem feito vista grossa em relação à esquerdização da América do Sul e outra tem patrocinado exatamente esse processo. Não é preciso, portanto, que haja ingerência nenhuma dos EUA para que reações internas aconteçam. No Brasil, por exemplo, essa reação tem-se dado, AINDA, nos níveis judiciais e intelectuais. Os povos da região também não têm o menor desejo de se unificarem na União das Repúblicas Socialistas Latino-Americanas (o nome muda toda hora...).
Esse ‘projeto’ de união, patrocinado pela oligarquia financeira internacional, através da ONU, vem, portanto, de fora, e, aqui, atua pelo braço do Foro de São Paulo. Como o processo de ‘união’ em bloco é completamente antinatural, vem sendo imposto, sem disfarçastez por parte dos governantes do Foro que chegam ao poder em seus países. Por isso é que, para o PT e para outros esquerdistas, ‘perder’ duas refinarias da Petrobras para a Bolívia não se tratou de perda e sim de remanejamento de administração – já que o que se tem em mente é o bloco continental e não um pedaço dele, no caso o Brasil. E funciona esse tipo de olhar para tudo o que se faça por aqui, com o Brasil quase sempre perdendo, porque é visto como o gigante imperial-capitalista da região. Outro dia, por exemplo, Marco Aurélio Garcia já declarou que toda a América-Latina precisa se beneficiar da futura exploração do petróleo do Pré-Sal. E Uruguaiana? E Itaipu? Leiam ‘A VACA ATOLADA’ de Percival Puggina – está tudo ali.
Entretanto, nesse novo cenário de ‘Guerra Fria’, é bem possível que os movimentos de reação ao comunismo acabem recebendo, sim, apoio (sabido, por estes, ou não) de grupos aliados aos ocidentais-cristãos, que, agora, começam a entender (talvez um pouco tarde demais) que têm um inimigo poderosíssimo em comum e que age à revelia de fronteiras – geográficas e ideológicas. Não é hora de olhar o mundo com olhos anti-americanistas e, sim, com olhos (e bem abertos) anti-internacional-comunisto-fascistas. Identifiquemos bem os inimigos do homem e da liberdade, senhores.
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