Por Rebecca Santoro/Christina Fontenelle
11/07/2013
Para que se compreenda a enorme idiotice e hipocrisia que ronda toda essa escandalização do mundo com a espionagem cibernética dos EUA, eu recomendo a leitura de dois artigos: ‘ESPIONAGEM E INTELIGÊNCIA. JOGANDO O JOGO’, de Marco Antonio dos Santos, e INTELIGÊNCIA MILITAR, de Waldo Luís Viana. Os dois textos se completam e falam muito bem sobre a parte mais técnica relacionada ao tema, além de abordar o papel ridículo que o governo e autoridades brasileiras estão fazendo em torno do episódio. Eu vou abordar o assunto por outro ponto de vista.
O ex-agente da CIA e ‘desertor’ da NSA, Edward Snowden, que ‘revelou’ o programa de espionagem dos EUA, parece ter se transformado em herói dos que odeiam os EUA. Como nada do que se torna manchete nas mídias de grande alcance ao redor do mundo é fruto de simples relato de acontecimentos com potencial para se tornar notícia, não é sinal de inteligência achar que este rapaz esteja agindo por conta própria ‘para livrar a humanidade das garras do Big Brother norte-americano’. Tenham a santa paciência...
Vamos raciocinar. Os postos chave no comando do governo nos EUA são sistematicamente ocupados – e não importa se por democratas ou por republicanos – por pessoas ligadas à Oligarquia Financeira Transnacional – que são as grandes corporações que pretendem formar um governo mundial sob uma Nova Ordem Mundial. E isso acontece em detrimento da própria população e do Estado norte-americano. Este mesmo grupo domina completamente a grande mídia. Portanto, quando o rapazinho desertor da CIA aparece com destaque na mídia mundial atacando o governo dos EUA, é porque é do interesse da Nova Ordem Mundial.
E quais os interesses desse grupo que estão em jogo em relação às telecomunicações, via telefone ou computadores? Bem, um primeiro deles já foi satisfeito, que é o de fazer com que grande parte da humanidade se submetesse ‘voluntariamente’ à condição de estar passível de rastreamento e de monitoramento ao utilizar a rede internacional (internet ou telefone) de telecomunicações. Ninguém, em sã consciência, jamais pode ter achado que não estaria passível de rastreamento e de monitoramento ao utilizar qualquer que fosse o meio para se telecomunicar (comunicar-se com alguém à distância). Portanto, quem sai nessa chuva já sabe que vai se molhar.
Entretanto, ao mesmo tempo em que as pessoas estão submetidas a esta exposição, nos lugares onde a internet é supostamente livre, elas acabam por poder informar-se melhor e até por poder organizar-se para lutar por seus direitos e por aquilo que acreditam ser o melhor para si mesmas. Enquanto o poder da internet, via e-mails e redes sociais, for usado para promover grandes manifestações e mobilizações populares para promover eventos como “Occupy Wall Street”, nos EUA, e a “Primavera Árabe”, em alguns países do Oriente Médio, está tudo dentro dos planos e do desejo dos agentes da Nova Ordem Mundial. Agora, quando, como no Egito, a mesma ‘rede’ é usada para promover conquistas populares independentes e legítimas que vão de encontro aos interesses destes agentes, a coisa começa a sair do controle e, naturalmente, ‘providências’ são tomadas.
Por que cito o que acontece no Egito? Porque a reação dos governos de países alinhados com a Nova Ordem Mundial, entre eles o Brasil, e da grande mídia mundial, principalmente a televisiva – que alcança muito mais gente – ao que se sucedeu naquele país nas últimas semanas é um excelente exemplo de como agem estes agentes em relação aos que não se curvam aos interesses que não sejam aos nacionais. Naquele país, 70% da população, boa parcela dela nas ruas, apoiada constitucionalmente pela oposição no Congresso e por suas Forças Armadas, retirou do poder um grupo radical islâmico, a Irmandade Muçulmana, que, na figura do presidente Mursi, vinha, com o uso da força e da ‘canetada’, tentando fazer do Egito um estado teocrático islâmico que estava a perseguir e a matar opositores e cristãos. Eu sei, não foi isso que a grande mídia tem contado por aí. Mas, foi exatamente o que aconteceu. Agora, a maioria dos egípcios, bem como os militares e a oposição parlamentar à Irmandade Muçulmana, além de terem que enfrentar internamente a reação armada dos terroristas militantes da IM, têm também que enfrentar o achincalhamento de sua conquista por parte da mídia mundial, que insiste em chamar de golpe militar a ação constitucional das Forças Armadas egípcias em defesa do povo daquele país.
O recado é claríssimo. A carapuça que vista quem lhe couber. Os que ousarem se libertar das garras dos agentes da Nova Ordem Mundial enfrentarão guerra civil, terrorismo, vitimização dos inimigos internos e achincalhamento por parte da grande mídia mundial e, finalmente, represálias políticas e econômicas por parte dos países onde estes agentes atuem mais descaradamente, como é o caso do Brasil. Nos EUA, o ‘buraco é mais embaixo’ porque o estado-nação ainda é muito forte.
Voltando ao caso da espionagem norte-americana, o objetivo do estardalhaço mundial em relação à espionagem cibernética dos EUA, praticada internamente e em vários países, é tão somente promover o cerceamento das liberdades no uso da internet, não só dentro dos próprios EUA como também ao redor do mundo, onde for do interesse dos agentes da Nova Ordem Mundial. Inúmeras notícias sobre espionagem cibernética praticada por diversos países contra seus próprios cidadãos e contra outros países já foram veiculadas pela imprensa mundial e não permaneceram na pauta por mais que dois dias. Rússia, China, Cuba e Irã, ao lado dos EUA, são os frequentadores mais assíduos deste tipo de noticiário. Os EUA podem até espionar todo mundo (um contra todos), mas, convenhamos, são também as maiores vítimas de espionagem por parte de outros países do planeta (todos contra um).
Recentemente, por exemplo, a ONU foi procurada pela oposição ao agora eleito presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, para denunciar fraude nas eleições. A imprensa mundial noticiou, mas concentrou cobertura na recontagem de votos pedida pela oposição. Praticamente não se ouviu falar das denúncias de ação de ‘hackers’ que, atuando de Cuba, intervieram, ciberneticamente, no processo de apuração das urnas eletrônicas usadas na Venezuela. São denúncias gravíssimas baseadas em documentos e depoimentos de especialistas que trabalharam na execução das fraudes, com o agravante de que, segundo estes depoimentos, o mesmo processo poder ter sido ou poderá ser usado para fraudar eleições e consultas populares em outros países que usem urnas eletrônicas. (LEIAM: CUBA CONTROLOU AS ELEIÇÕES MEDIANTE REDE SECRETA, LOS FUNDAMENTOS DEL FRAUDE e CRONICA DE UN FRAUDE). Repetindo, a carapuça que vista quem lhe couber.
Outra matéria interessante, publicada lá em 02/12/2011, é aquela na qual o Wikileaks dizia que 25 PAÍSES FAZEM ESPIONAGEM EM MASSA por meio de celulares e de computadores e que o nosso Brasil está entre as nações que fariam, secretamente, interceptações telefônicas. De acordo com centenas de documentos obtidos pelo site, estas nações contam com a ajuda de cerca de 160 empresas de inteligência do setor de vigilância em massa. Além disso, o Wikileaks afirma que essas “empreiteiras” conseguem, secretamente, interceptar ligações e controlar computadores sem que as operadoras saibam. Blá, blá, blá....
Ou seja, há dezenas de casos semelhantes. Cito alguns emblemáticos aqui:
Estamos no século XXI. As guerras de 4ª e de 5ª geração são realidade já faz alguns anos. O mundo espiona o mundo, tanto para atacar como para se defender. E vai continuar sendo assim enquanto estados-nações continuarem em sua agonia lutando contra outros estados-nações e todos contra a Nova Ordem Mundial.
Aproveitando o ‘escândalo’ da espionagem dos EUA, países como Brasil, Venezuela e Rússia (cujos governos comungam de interesses ideológicos semelhantes) já correram para a ONU pedindo para que seja implementado um marco regulatório para a internet. Leia-se CENSURA. Por aqui, internamente, já surgem no Congresso as primeiras vozes pedindo o NOSSO marco regulatório. E ele virá. Se não for agora, daqui a mais alguns anos. Entretanto, por agora, foi aprovada no Congresso a criação de uma CPI para investigar o caso de espionagem contra o Brasil por parte dos EUA. Um atestado de antiamericanismo ‘cucaracha-tupiniquim’ de causar vergonha alheia em qualquer brasileiro que tenha um mínimo de instrução.
A liberdade é um bem muito precioso ao qual só tem direito aquele que luta com todo o seu vigor para conquistar, e com muito mais intensidade ainda para manter. Informação e conhecimento são armas imprescindíveis no arsenal desse guerreiro que não pode ser somente um nem estar só.
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