Por Rebecca Santoro
Por enquanto 1 a 0 para os que advertiram sobre o perigo da adesão maciça da classe média - que tem preguiça de se informar adequadamente sobre os temas de interesse da nação - às manifestações originadas e orquestradas pela esquerda.
O primeiro resultado prático e grave da falsificação midiática do que realmente todos aqueles inocentes úteis queriam – FORA PT! – foi que a presidência da república enfiou goela abaixo de todos os brasileiros, à revelia do Conselho Nacional de Medicina e de 90% da classe médica, o programa Mais Médicos, em forma de Medida Provisória, que será publicada no dia 9 de julho.
O projeto do governo foi elaborado as pressas, para atender às ruas? Não já estava em estudo há mais de seis meses!
A partir de janeiro de 2015, o estudante que ingressar na faculdade de Medicina em instituições públicas e privadas estará obrigado a trabalhar dois anos na atenção básica, urgência e emergência do Sistema Único de Saúde. Dessa forma, aluno levará oito e não seis anos para receber o diploma de médico. Quem vai estabelecer as diretrizes da nova formação não é o Conselho Nacional de Medicina mas sim o conselho nacional de educação (sic). Nesse período de dois anos – que será cumprido ANTES do de RESIDÊNCIA – os alunos trabalharão DE GRAÇA num primeiro ciclo e, depois, num segundo ciclo serão remunerados pelo ministério da saúde com bolsa cujo valor deve variar entre R$ 3 mil e R$ 8 mil. Somente depois disso, os alunos poderão ingressar na residência médica (dependendo da especialização - um a cinco anos).
Quantos cartazes foram vistos nas ruas pedindo a reestruturação do ensino de medicina no país? Quantos deles ‘exigiam’ que os médicos formados por universidades públicas E PARTICULARES (o que é mais invasivo ainda) fossem obrigados a prestar dois anos de serviços ao SUS?
E lá vêm os médicos estrangeiros e os brasileiros diplomados no exterior – SEM REVALIDAÇÃO DE DIPLOMA!!! – para trabalhar no interior do país e nas periferias de grandes cidades com pequena proporção de médicos por mil habitantes. Quatro editais — para chamamento de brasileiros, de estrangeiros, para cadastro de vagas de municípios e para seleção de instituições de ensino supervisoras — ficarão abertos simultaneamente por um mês. Após ser fechada a demanda dos municípios, serão convocados os graduados no país para ocuparem os postos e começar a trabalhar em 2 de setembro. Caso sobrem vagas, brasileiros formados no exterior ou estrangeiros podem ser chamados. Mas, como o governo tem a certeza de que vai trazê-los, já marcou a data de 19 de setembro para que estes iniciem seus trabalhos.
A remuneração destes médicos será de R$ 10 mil, paga pelo Ministério da Saúde, MAIS ajuda de custo adicional, dependendo do local onde vão trabalhar. O município ou o estado ficarão responsáveis por auxiliar os médicos com gastos relacionados à alimentação e a moradia. Portanto, você, cidadão, que já paga impostos e planos de saúde, pagará por mais tudo isso E VAI CONTINUAR VENDO GENTE MORRER NAS FILAS DOS HOSPITAIS DESAPARELHADOS, DESABASTECIDOS E SUPERLOTADOS DAS GRANDES CIDADES!!!!!
E tem mais. A expectativa é a de abrir, até 2017, mais 12 mil vagas de residência médica e 11,4 mil de cursos de medicina. O ministério da saúde (LEIA-SE, VOCÊ, CIDADÃO) custeará as bolsas de especialização para hospitais filantrópicos, municipais e estaduais. Até 2015, serão abertos 35 mil novos postos de trabalho, como consequência de investimentos já contratados para criação de hospitais, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Unidades Básicas de Saúde (UBS).
Ou seja, é como se todos os hospitais públicos e conveniados QUE JÁ TEMOS em funcionamento estivessem no nível dos de primeiro mundo, apenas a espera de médicos; e como se a construção de novas unidades hospitalares fosse sinônimo de eficiência de primeiro mundo – com abastecimento eficiente e continuado, com permanente atualização de aparelhagens e de tecnologias, etc.
Um escárnio e um deboche para com os brasileiros e para com a classe médica do país, além de ter sido uma medida digna de ditadores, que governam por decretos, como se estivessem mandando no quintal de suas casas.
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