Famílias desestruturadas, falta de estudo e impunidade parecem levar homens jovens de classes sociais mais desfavorecidas financeiramente ao crime violento. Esta é a realidade que os fatos nos mostram.
Christina Fontenelle
30/06/2018
Aumentar cada vez mais os índices de criminalidade
no país parece ter sido política de Estado no Brasil dos últimos 30 anos, a
despeito de tudo o que quer que tenham dito em discursos demagógicos e gasto em
programas sociais de suposta prevenção.
Para a esquerda marxista e marcuseana representada que
vem nos governando nos últimos 30 anos, não existe crime. Trata-se apenas de
luta de classes. Os atos de indivíduos que representam a suposta classe dos
“oprimidos” contra indivíduos que representam a suposta classe dos
“privilegiados”, tratando-se, portanto, de resgate ou de reparação e não de
crime. Segundo essa concepção, um bandido que rouba alguém está tomando de
volta o que a ‘sociedade’ não permitiu que ele possuísse. Um criminoso que
assalta é um agente do lumpemproletariado revolucionário, para quem o trabalho
e os valores sociais são opressores de sua realização como indivíduo. Se
agredir ou matar, terá apenas dado vazão à revolta contra ‘séculos de opressão
burguesa’.
De modo que criar um ambiente em que todas as
condições de vitimismo possam florescer seja fundamental para que a esquerda,
não só permaneça no poder, mas que o tenha cada vez mais. Pobres, homossexuais,
negros, mulheres, drogados, índios, criminosos – todos são ‘vitimas da
sociedade’ e uns dos outros, sem que se dêem conta de que tenham sido
conduzidos e/ou incentivados a assim o serem justamente por todo um conjunto de
ações desta própria esquerda no poder, para criar uma relação de dependência
entre estes grupos e o ‘papai’ estado que lhes garanta proteção e ‘direitos’.
Incentivaram a ocupação urbana desordenada,
favelizando as cidades e criando zonas de estado paralelo onde somente milhares
de ONGs de pregação esquerdista pudessem atuar livremente; criaram leis que
engessaram a ação dos órgãos de combate à criminalidade, além de promoverem
centenas de milhares de ações de propaganda contra os próprios agentes de
repressão ao crime; desarmaram a população, garantindo aos criminosos o direito
de decidir quem morre e quem vive; inundaram a sociedade de propaganda de
incentivo à homossexualidade; perverteram a todos os tipos de arte; aparelharam
e engessaram o exercício do Direito, da Psicologia e da Psiquiatria; atacaram
todos os valores caros à maioria cristã de brasileiros; deturparam o
significado de palavras caras à correta compreensão da realidade e introduziram
outras para homogeneizar o discurso, bem como impuseram a censura de expressões
e práticas, através do politicamente correto; isolaram índios como se animais
de zoológico fossem; entre outras centenas de providências.
Tudo para criar este ambiente enlouquecedor pré-revolucionário,
no qual as pessoas acabem implorando por cada vez mais controle e dependência
estatais, sem os quais não consigam nem ao menos viver, quanto mais manter a
sanidade física e mental. Este foi o resultado de anos de esquerda criminosa no
poder, não só aqui no Brasil, mas como hegemônica em todo o Ocidente.
Vamos nos ater aqui apenas à criminalidade como
consequência direta de todo este ambiente criado pela esquerda que está no
poder aqui no Brasil desde 1995, quando Fernando Henrique Cardoso assumiu a
presidência da República, propagando o falso argumento de que é a pobreza, a
desigualdade social, a causa da criminalidade, fazendo do criminoso vítima e de
toda a sociedade culpada. Baseados nessa falácia, criaram leis complacentes com
todos os tipos de criminosos e, paradoxalmente, rigorosas com cidadãos comuns
que, com ‘canetadas’, são transformados em criminosos, de uma hora para outra –
como ter uma arma em casa, sem estar em dia com as burocracias e taxas de
registro, por exemplo, ou como criminalizar quem se manifeste contra o ativismo
homossexual por questões religiosas ou de foro íntimo.
O que a esquerda ganha em defender criminosos? Como
já escreveram Marx, Gramsci e Marcuse, não há revolução sem desqualificação das
instituições. Herbert Marcuse, inclusive,
defendia abertamente a ideia da criminalidade como instrumento revolucionário,
valorizando o lumpemproletariado – que são os marginais (criminosos, prostitutas,
drogados etc). Ora, quando os próprios instrumentos institucionais da justiça
passam a ser usados para defender criminosos,
toda a sociedade começa a perder a confiança nesta instituição, ficando acuada
e desprovida do senso de certo e de errado – tudo isso num processo longo e
simultâneo, no qual uma enorme engrenagem de mídia, de políticas de estado e de
propaganda atuam massivamente.
As informações oficiais sobre criminalidade são
todas manipuladas para que possam alimentar os discursos que a esquerda
sustenta para ir criando cada vez mais leis que acabem obrigando cristãos a
financiar anticristãos, trabalhadores a vagabundos, conservadores a seus algozes.
Nos dados relacionados ao negro, por exemplo,
verificamos nitidamente esta manipulação. A primeira mentira relaciona-se à
própria classificação do que seria o negro. Para a esquerda, negro é todo
aquele que não tenha a pele clara e que ‘se sinta’ como tal. Simplesmente acabaram
com os mulatos, com os mestiços. Daí para transformar cerca de 4% da população
de negros no Brasil em 52% foi um pulo. Mágica pura! Aliás, foi fácil! Criaram
leis e propaganda que fizeram com que os mestiços vissem vantagem em se
identificar como negros – as cotas raciais, por exemplo.
Sobre a criminalidade, para criar dados que
favorecessem o discurso de vitimização – dos criminosos – extinguiram-se
simplesmente alguns recolhimentos de dados que pudessem atrapalhar este
discurso. Identificam, por exemplo, as estatísticas oficiais que negros sejam
as maiores vítimas da criminalidade, da ação coercitiva da polícia etc. Simples
assim. Perguntamos, então: de que cor eram os algozes destas vítimas? De que
cor eram os policiais que agiram contra estes negros? Proporcionalmente aos
membros de sua cor, quem comete mais crimes? Nenhum desses dados é informado à
população quando a imprensa e o governo promovem a vitimização do negro.
A tática esquerdista é mundial. Nos Estados Unidos,
por exemplo, no livro War on Cops, Heather Mac Donald expõe toda a
falácia progressista sobre a criminalidade, usando, para isso, dados
estatísticos reais que nunca são revelados pelos progressistas. “Em Nova York,
por exemplo, os negros são apenas 23% da população, mas cometem cerca de 75%
dos crimes envolvendo tiroteio na cidade, enquanto que os brancos, que são um
terço da população, praticam 2% dos crimes com tiroteio. Em Los Angeles, os
negros praticam 42% dos roubos, mas são 10% da população. Homens negros entre
14 e 17 anos têm até 6 vezes mais chances de morrer em tiroteios do que
adolescentes brancos e hispânicos juntos, graças a uma taxa dez vezes maior de
assassinatos cometidos por adolescentes negros. Mais de 72% dos negros
americanos nascem de mães solteiras, fora do casamento, uma taxa três vezes
maior do que uma análise feita em 1965, antes da “guerra contra a pobreza” dos
democratas progressistas, que gastou mais de US$20 trilhões em 80 diferentes
programas de welfare state voltados para resolver o problema.
Negros são presos em proporção maior do que hispânicos, brancos e asiáticos, e
sofrem uma abordagem policial maior pelo mesmo motivo: praticam mais crimes.
Eis o fato inegável. Resta encontrar as causas disso. E as famílias sem
estrutura dão uma boa dica do caminho”.
Já no Brasil, traçar o perfil de quem comete
crimes violentos é uma tarefa mais difícil, devido justamente à ausência de
dados oficiais. Mas, existem alguns estudos que oferecem pistas. Um deles é o
da pesquisadora da FGV Ludmila Mendonça Lopes Ribeiro, "Mensurando o Tempo
do Processo de Homicídio Doloso em Cinco Capitais" (2014) (https://temas.folha.uol.com.br/e-agora-brasil-seguranca-publica/criminalidade/homens-negros-e-jovens-sao-os-que-mais-morrem-e-os-que-mais-matam.shtml), que analisa
mortes com autoria identificada ocorridas em 2013, em Belém, Belo Horizonte,
Goiânia, Porto Alegre e Recife. Os autores dos crimes tinham as mesmas
características da maioria das vítimas: homens, negros e jovens. Outro
estudo é de um dos autores do Atlas da Violência de 2018, Helder Ferreira, que
também afirma ser possível trabalhar com a hipótese de que o perfil dos
criminosos seja similar ao das vítimas (https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/quem-mata-no-brasil-3eywzcuxe0nqftumf2qtebqrm).
O
sociólogo brasileiro Marcos Rolim realizou um estudo que abrangeu 111 jovens
rapazes, entre 12 e 19 anos, visando identificar o que levaria algumas pessoas
a cometerem crimes de extraordinária violência, ferindo ou matando alguém,
mesmo sem reação da vítima, e concluiu que o fator mais vezes identificado e
que mais frequentemente o distinguiria de outros adolescentes seria o abandono
escolar. Dados do Infopen (Sistema Integrado de Informação
Penitenciaria) http://www.infopen.gov.br/ Órgão do governo federal
responsável pelo levantamento de dados de encarcerados no Brasil confirmam o
estudo. Segundo tais dados, os crimes mais cometidos no pais são: Tráfico de
drogas (27%); Roubo (21%); Homicídio (14%) e violência doméstica (apenas 1%).
Sobre o perfil de instrução dos criminosos, 53% dos detentos têm ensino
fundamental incompleto; 11% têm ensino médio incompleto e 6% são analfabetos.
Somente 1% dos criminosos presos tem nível superior completo. Isso pode dar uma
pista real de que a falta de estudo torna a pessoa mais vulnerável para cair na
vida de crime. Outro dado importante é a idade dos criminosos. Cerca de 31% deles
têm entre 18 e 24 anos de idade; 25% entre 25 e 29 anos e 19% entre 30 e 34
anos. Somente 1% dos criminosos têm idade superior a 61 anos. Outra pista real:
quanto mais jovem for a pessoa, mais chances ela tem de se tornar um criminoso.
Em
2016,
o então promotor da 1ª Vara do Júri de Porto Alegre (RS), Eugênio Paes
Amorim criticou (http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2016/02/especialistas-apontam-causas-para-o-aumento-da-violencia-no-rs.html)
a legislação brasileira - que
ele classificava como branda - e também a orientação ideológica dos magistrados
das Varas de Execuções Criminais. “O judiciário na Vara de Execuções Penais é
muito condescendente, quer esvaziar os presídios, o Executivo não constrói
candeias, e os juizes da VEC são doutrinados por criminologia marxista que vêem
os bandidos como vítimas da sociedade, e isso cria uma clima de insegurança na
sociedade, e dá força para o traficante quando ele volta para comunidade”.
Concluindo, famílias
desestruturadas, falta de estudo e impunidade parecem levar homens jovens de
classes sociais mais desfavorecidas financeiramente ao crime violento. Esta é a
realidade que os fatos nos mostram. Realidade, entretanto, que, num país
riquíssimo como o nosso, foi artificialmente criada por governos de esquerda,
com mentalidade revolucionária, mais interessados em criar militância do que
cidadãos livres e úteis para o desenvolvimento sadio de uma sociedade de raízes
ocidentais. Solucionar este problema é uma decisão política.
Outros
artigos que servem como fontes de consulta:
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ROMPIMENTO FAMILIAR E DELINQÜÊNCIA JUVENIL: QUAIS AS POSSÍVEIS CONEXÕES?
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