segunda-feira, 18 de agosto de 2008

PARA SEMPRE PT?

3 Novembro 2007

Tem gente preocupada com um possível terceiro mandato consecutivo de Lula ou de algum candidato de seu partido, o PT. É extremamente recomendável que esse pessoal acorde e perceba exatamente contra quem e contra o quê ainda insiste em utilizar os meios meramente legais, institucionais e democráticos para combater. Seria um alarmismo neurótico? Então, reflita-se: primeiro, foi a campanha publicitária do Banco do Brasil colocando o número “3” em evidência; agora, responda-se: o que é que esse 4 em vermelho está fazendo no logo da Copa de 2014? O Brasil tem vermelho em algum dos seus símbolos oficiais? A Seleção Brasileira de Futebol, por acaso, alguma vez, já adotou o vermelho em seus uniformes? A CBF tem vermelho no seu escudo?

Por quanto tempo os brasileiros terão que suportar (e literalmente pagar por isso) a imposição da cor vermelha, do partido que está no poder, infiltrada nos símbolos de campanhas publicitárias federais, em aparições públicas não-formais do excelentíssimo senhor presidente e da primeira dama, que fazem questão de destacar o vermelho em seus trajes? Não há autoridade nem Lei nesta terra que possam impor respeito aos símbolos de nossa República e aos de nossas instituições?

Se a campanha publicitária do Banco do Brasil que coloca o “3” em evidência conseguiu arregimentar uma série de argumentos para alegar não estar fazendo nenhuma apologia subliminar do terceiro mandato de Lula (apesar de haver numerosas indicações de que pelo menos uma das intenções tenha sido precisamente esta), não vai ser tão fácil assim fazer o mesmo discurso do “deixa de ser neurótico” em relação a este enxerto de um 4 vermelho no símbolo da Copa de 2014, que, como se sabe, acontecerá aqui no Brasil.



Os logos das Copas costumam fazer referência às cores do país sede do evento. O próximo campeonato, em 2010, acontecerá na África do Sul. Ao se comparar o logo do evento com as cores da bandeira daquele país, por exemplo, pode-se perceber a preocupação com a harmonia, além, é claro, da explícita referência que o logo faz ao futebol. (Veja, abaixo, marcas de todas as Copas).



Está todo mundo fingindo que não percebeu nada, principalmente na TV Globo, que já iniciou no país uma insuportável campanha para convencer a nação idiotizada de que deve começar a entrar em clima de hiena para fazer uma bela figuração e abrilhantar a festa de todos aqueles que desfrutam da intimidade do fechadíssimo círculo milionário do futebol. É claro que a população como um todo vai acabar se beneficiando um pouco com o evento, afinal, quantos empregos temporários serão gerados? E ainda haverá o período em que as pessoas comuns poderão – algumas, mais novas, experimentar e outras, já mais velhas, recordar – a sensação de como é ter segurança nas ruas por onde se caminha, como aconteceu, recentemente, em alguns lugares do Rio de Janeiro, durante os Jogos Pan-Americanos.

Talvez não sobre muito espaço nem para os novos talentos do esporte que não tenham sangue de famosos jogadores de futebol correndo em suas veias. Outro dia mesmo, o Globo Esporte apresentou uma matéria que mostrou uns dez garotos – todos parentes de conhecidas figuras do esporte predileto da nação e, como não poderia deixar de ser, com o mesmo sonho de fazer parte da Seleção que defenderá o Brasil em 2014. É claro que nenhum deles poderá fazer parte da almejada equipe se não tiver talento e condições físicas para isso – mas, entre um excelente desconhecido e um quase tão excelente quanto este, porém parente de jogador, quem será que chegará primeiro à Seleção?

A criadora do logo da Copa de 2014 é a agência de publicidade MPM que, em princípio foi contratada pela CBF para tratar da candidatura do Brasil para sediar o evento. O dono da agência é o publicitário Nizan Guanaes, que ganhou em julho deste ano sua primeira conta estatal de primeira grandeza no governo Lula: a MPM, sob o comando de Bia Aydar e de Rui Rodrigues, ambos publicitários e ex-colaboradores de políticos tucanos, passou a ser a responsável por propagandas sobre telegramas e cartas dos Correios – numa conta de R$ 22 milhões para um período de 12 meses. Nada mais justo do que demonstrar gratidão! O único probleminha é que quem acaba pagando por estas demonstrações de polidas considerações são todos os contribuintes.

Como por aqui já não resta lá muita esperança de que qualquer que seja a denúncia em relação a atitudes do governo federal – algumas deles, inclusive, envolvendo crimes praticamente confessos - seja devidamente apurada e muito menos os culpados punidos, parece que a maioria dos brasileiros terá mesmo que “engolir” o 4 vermelho no logotipo nada nacional da Copa que se realizará no Brasil, em 2014, depois de 60 anos em que esse importante evento esportivo por aqui se realizou, em 1950, quando o Brasil perdeu a final para o Uruguai, por 1 a 0.

Mas, não vamos ser chatos, porque os tempos daqui para frente são de hiena eufórica. Entre você também nesta onda de personalizar os símbolos nacionais ao seu bel prazer. Está sem idéias? Veja as sugestões do quadro ao lado e dê asas à sua criatividade...

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