terça-feira, 19 de agosto de 2008

ESSE GIGANTE QUE NÃO ACORDA...

Por Rebecca Santoro

10 de maio de 2008


Foi outro dia... Foi outro dia que milhões de venezuelanos foram para ruas de seu país para pedir que uma rede de televisão não fosse fechada. Novamente, milhões deles também saíram para se manifestar contra a tentativa de Hugo Chavez de reeleger-se indefinidamente. Eram milhões de pessoas empenhadas em campanhas pela liberdade. Houve gente que perdeu a vida. Gente de todo tipo, de todas as idades, de todas as profissões – todos empenhados em lutar pela vida, pela paz, pela liberdade. Na Bolívia, a coragem de outras milhões de pessoas se manifesta na luta pela liberdade administrativa de parte do país, em relação ao governo central de Evo Morales e de seu exército de revolucionários cocaleiros. Tudo pelo direito de não se tornar escravo de um regime autoritário, populista e ditatorial que vai, aos poucos, tentando ser implantado naquela terra por um governo retrógrado esquerdista. É gente que tem sangue nas veias. Gente corajosa.


Infelizmente, esses movimentos de resistência ao neo-comunismo, que vai se espalhando por toda a América-Latina, têm sido vencidos pela troca de ajuda entre os grupos de esquerda que se aglutinam no Foro de São Paulo, com o propósito de formar a grande pátria socialista latino-americana – que seria mais uma frente inimiga ao que chamam de império ianque. É verdade que há vitórias expressivas nessa luta pela liberdade, mas que todos sabemos não tardarão a ser convertidas em derrota pela opressão armada da esquerda populista. Sabemos que estas vitórias durarão apenas até o tempo em que a democracia totalmente forjada ainda não possa ser completamente aplicada.


Mas, não é somente essa a causa das derrotas destes movimentos de resistência democrática e de liberdade. Na verdade, o silêncio e a passividade do povo, que é democrático e amante da liberdade, que habita o vizinho gigante chamado Brasil, apequena todo e qualquer movimento de resistência em outros países menores da América-Latina – não em brilho, mas em importância, porque lhes parece carimbar com a marca de circunstancial, de conflito meramente regional, específico e delimitado.


A passividade do povo brasileiro em relação à visível retrógrada esquerdização populista do país, e de toda a região latino-americana, na verdade, transmite ao mundo a mensagem de que não estaria doente todo o corpo, mas apenas um pequeno problema, como um cortezinho no dedo, o estivesse incomodando. A falsa emergência econômica, que, na realidade, tanta euforia provoca simplesmente por ter sido o país promovido a paraíso finaceiro e fiscal, nubla a visão de todos sobre a realidade negra que vai se fixando cada vez mais por aqui e que, em breve, aparecerá límpida, porém tarde demais para que se tente esboçar reação.


A omissão da maioria de nosso povo ainda não subvertido e de parte de nossas instituições ainda não totalmente aparelhadas pelos agentes do comuno-populismo ajuda a ir consolidando cada vez mais, e de maneira irreversível, a tragédia da vitória comunista, não só em relação a nós mesmos como também a nossos vizinhos – que, até agora, e bem ao contrário de nós, têm reagido com bravura inimaginável à sua escravização.


Enquanto por aqui as pessoas não se conscientizarem de que devem colocar seus “capitães nascimento” e seus “generais helenos”, no que se refere à coragem e ao espírito de luta de ambos, um na ficção e outro na realidade, para fora, nas ruas, nas escolas, nos campos, nas cidades, permaneceremos em pecado, para conosco e para com nossos irmãos vizinhos.




Nenhum comentário: