terça-feira, 19 de agosto de 2008

JOBIM DIZ QUE PODE DESFALCAR NOSSA FORÇA AÉREA PORQUE EQUADOR TEM MAIS URGÊNCIA EM PROTEGER SUAS FRONTEIRAS

Por Rebecca Santoro


No dia 29 de abril, a agência de notícias Reuters divulgou que o ministro da defesa, Nelson Jobim, assegurou, em Quito (Equador), que existem diálogos para a entrega imediata de 24 aviões Super Tucano para a força aérea equatoriana, que estaria desequipada – fato que não permitiu que o Equador reagisse à altura (ou mesmo que tivesse impedido a operação), quando forças colombianas adentraram as fronteiras daquele país, no último mês de março, para atacar o acampamento fixo das Forças Armadas Revolucionárias Comunistas da Colômbia (FARC). Segundo a Reuters, Jobim teria reconhecido a urgência do Equador em patrulhar suas fronteiras.


“El ministro de Defensa de Brasil, Nelson Jobim, aseguró en Quito que existen diálogos para que la entrega de los aviones sea pronto y que incluso su país podría dar naves que forman parte de sus filas a Ecuador, dada la urgencia que tiene de emprender en un reforzamiento militar en sus fronteras”.


Bem, primeiro, como se vê, segundo o que revela a reportagem, o que importaria em urgência para o nosso ministério da defesa seria o fato de que o Equador precisasse resguardar suas fronteiras, ainda que fosse para dar guarida a terroristas que estivessem, a partir do território daquele país, fazendo incursões na vizinha Colômbia para promover ataques terroristas, assaltos, seqüestros, assassinatos e tráfico de drogas. A Colômbia que se lixe com essa mania de achar que as FARC são terroristas, já que, para o governo brasileiro, o grupo seria apenas um inofensivo embrião de partido socialista.


Em segundo lugar, a reportagem revela, subliminarmente (por uma questão de lógica), que o ministro Nelson Jobim acha que nossas fronteiras já estão muito bem protegidas e que a FAB está muitíssimo bem equipada, uma vez que poderia desfazer-se de aeronaves que estão em uso atualmente na força para fornecê-las imediatamente ao Equador, em detrimento de nosso próprio esquadrão. Vai ser solidário assim, e com apenas um dos nossos vizinhos, lá na...


Em dezembro de 2005, a Colômbia também comprou da Embraer 25 Super Tucano por U$ 234,5 milhões. Para o Equador serão vendidas 24 destas aeronaves, segundo revelou a Reuters, por valor ainda não divulgado, porém em condições facilitadas, como afirmou à agência de notícias o próprio ministro da defesa equatoriano, Javier Ponce.


Quem tem um ministro da defesa do porte desse que temos no Brasil realmente não precisa de aeronaves para combater inimigos externos, tanto quanto precisa de gente para combater os inimigos que estão aqui dentro mesmo, e dando as ordens – o que agrava ainda mais a situação. E os salários?

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