terça-feira, 19 de agosto de 2008

QUEM PRECISA DE REVOLUÇÃO ARMADA PARA MATAR BRASILEIROS CONTRÁRIOS AO GOVERNO COMUNISTA?

Por Rebecca Santoro

18/03/2008


O governo do presidente Lula baterá, sem sombra de dúvidas, o recorde em mais uma categoria de realizações do “nunca na hisstória desse paísss”. Só que este feito não será revelado pelos meios de comunicação, em horário nobre, nem pelas empresas de pesquisa. Esse foi o governo que mais causou a morte de brasileiros dos mais diversos segmentos sociais, sem disparar um único tiro que fosse – apenas com medidas, ou a não adoção das mesmas, jurídicas, políticas e econômicas. E isso em época em que o planeta esteve sob bonança econômica. Também não entrará nesta conta, pelo menos nos primeiros cálculos, o número de vítimas da violência urbana – caos que o Estado faz questão absoluta de preservar, alegando estar agindo de acordo com os direitos humanos (para os criminosos e para os terroristas, é claro).

O Brasil está entre os dez países do mundo no ranking do suicídio, cerca de 8.000 casos por ano – sem contar as muitas mortes não são registradas como suicídio e nem as tentativas infrutíferas, que aconteceriam em número dez vezes superior ao dos casos consumados. Depois do período que insistem em chamar de “ditadura militar”, e nos últimos 20 anos, o número de mortes por suicídio cresceu 1.900% (mil e novecentos por cento!!!), entre indivíduos na faixa etária de 15 a 24 anos. Pasmem, o suicídio já representa a terceira principal causa de morte de pessoas em plena idade produtiva, com conseqüências que atingem também suas famílias.


Tudo bem, as estatísticas revelam que nos últimos 40 anos, as taxas de mortalidade mundial por suicídio subiram cerca de 60%. Isso representa nada menos do uma morte a cada 40 segundos e mostra, também, que o fenômeno não é exclusividade nacional. Entretanto, é claro, não se comparam aos nossos 1.900%.


Solidão, falta de perspectivas e dificuldades financeiras seriam o que podemos chamar de “gatilho” que faz com que, em determinadas pessoas, seja acionado um círculo depressivo desequilibrador que, por sua vez, pode sim levar gente mais “susceptível” a cometer suicídio. O fenômeno espalha-se também entre os idosos, porém, mais por causa de um sentimento de vergonha perante familiares, devido à sensação de impotência diante de dificuldades financeiras.


Recentemente, o Exército brasileiro perdeu dois de seus generais da ativa, acredita-se, por suicídio. Um deles foi o general de divisão Luiz Alfredo Jeff, que comandava a quarta região militar, com sede em Belo Horizonte. Antes dele, o general de divisão Urano Bacellar, que comandava a Força de Paz da ONU no Haiti também teria cometido suicídio, embora esta não seja a única versão sobre a morte do general. Os dois altos oficiais eram homens preparados para o comando e emocionalmente equilibrados, segundo o alto-comando da força, que está sempre acompanhando a vida de seus oficiais, avaliando-os de seis em seis meses. Como nada de anormal foi encontrado nos dois generais que cometeram suicídio, pergunta-se: o que teria levado os dois a essa atitude extrema? Suspeita-se de que as razões possam ter sido exclusivamente de ordem pessoal, mais especificamente de ordem financeira. É, os generais ganham uma miséria para o padrão de vida que são obrigados a levar e para a carga de formação intelectual que possuem.


Certamente os generais não são os únicos. Professores, médicos, muitos funcionários públicos, empresários e aposentados também estão na lista dos que passam por dificuldades. Sem dúvida, a classe média vem sendo gradualmente exterminada na medida em que emerge uma nova classe à riqueza, vinda dos porões do crime organizado que, por sua vez promove a ascensão de muito pobres e de miseráveis para uma pseudo nova classe média (que poderia facilmente ser chamada de “de cavalo dado não se olha os dentes e lambam os beiços” – e que é a classe manipulada, via chantagem financeira, para manter, inclusive sob o uso da força, a nova classe chegada ao poder exatamente lá onde está).


Quem lembra dos aposentados do AERUS da antiga VARIG? Pois é, eles também são vítimas do governo. Sabe-se que a GOL já pagou debêntures no valor de cerca de R$ 80 milhões, dos quais, previa-se, R$ 30 milhões deveriam ser usados para melhorar a situação dos aposentados e o restante para amortizar as dívidas do plano com os credores – Petrobras, Infraero, entre outros. Mas, estes últimos entraram com uma liminar bloqueando o que deveria ser destinado ao AERUS, alegando ser deles (dos credores) a prioridade. Isso fez com que o dinheiro devido aos aposentados, mais uma vez, fosse impedido de chegar aos mesmos.


São 8 mil pensionistas numa situação desesperadora. Muitos já morreram. Causa das mortes? As mais diversas, é óbvio, pelo menos para a medicina legal. Entretanto, não há como negar que a situação em que ficaram os aposentados do AERUS e ainda a de muitos funcionários demitidos da Varig contribuiu pesadamente para que surgisse todo o tipo de enfermidade que acabou, em alguns casos, por levar desta vida tantos brasileiros que deixaram vazios, dificuldades e muita saudade nas existências de quem os amava.


São ex-Comandantes, Engenheiros de Vôo, Comissários, etc. - cada um com seu calvário. É claro que o governo paga aposentadoria aos funcionários que contribuíram para o INSS. Quem descontava quando estava na ativa sobre 10 salários mínimos, percebeu, ao se aposentar nos anos 90, por exemplo, cerca de 5 salários mínimos, na época, como aposentadoria. Hoje, estas mesmas pessoas recebem o que não chega nem a 3 salários mínimos, já que, como se sabe, o reajuste dos aposentados é sempre diferente do reajuste do tal salário mínimo.


Gerente Geral da Varig nos aos 90, o senhor Nelson Ribeiro, por exemplo, que se aposentou em 1993, além de descontar INSS em cima de 10 salários, também contribuía para o AERUS. Em abril de 2006, a aposentadoria de Nelson pelo plano, que era de R$ 6.400,00, foi drasticamente reduzida para R$ 3.200,00. Como se já não fosse um baque estúpido o suficiente, meses depois, a aposentadoria do ex-gerente da Varig foi reduzida em mais 30%. A renda passou, então, a ser a de R$ 1.722,00 mensais e está assim até hoje. Detalhe: nosso ex-Gerente Geral da Varig tem quase 70 anos. Ou seja, o que fazem com essa gente é uma covardia. Alegam os pagadores que isso, ainda por cima, é uma espécie de favor, pago como "adiantamento" da reserva matemática que, no caso de Nelson, seria, segundo o informaram por escrito, de cerca de R$ 970 mil.


Infelizmente, o pouco caso não pára por aí. Além de tudo, ninguém recebe com regularidade – cada mês é um dia diferente o do pagamento. O que era para ser pago no início de dezembro foi pago no dia 21 do mesmo mês; o 13º que era recebido normal e regularmente não é pago desde 2006; a parcela da aposentadoria (ou o "adiantamento" como a chamam os “prestativos” pagadores) de janeiro de 2008 foi paga no dia 28, a de fevereiro no dia 27 e a de março também no dia 27 daquele mês.


O que mais esperar deste governo? O que mais esperar da Justiça? O que mais esperar da vida? Por certo que a morte, nas trincheiras da angústia, com gosto de injustiça na boca...


Ei, você aí! Não ria e nem ache que isso não é um problema seu. Acredite: é. Toda injustiça, toda ilegalidade, todo abuso de poder, toda covardia que se faça à luz do dia, à luz da imprensa, à luz da Justiça e cujos responsáveis andam altivos, impunes e endinheirados (muitos deles com rendimentos de origem desconhecida) pelas ruas, debaixo das barbas de todos, é problema – e dos gravíssimos – de todos nós, de toda a sociedade. É uma questão de cronologia: a sua hora de sofrer também chegará... E isso pode estar mais perto de acontecer do que você possa imaginar... E assim caminhamos – nem todos calados, é verdade – fingindo não enxergar os verdadeiros anos da ditadura genocida que pairou sobre nosso país...

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