Por Rebecca Santoro
A situação em Roraima é gravíssima e a atitude da polícia federal, sob as ordens de Tarso Genro são mais graves ainda e confirma, de uma vez por todas, o que muitos de nós já vimos dizendo há tempos sobre o estado-policial pré-ditadura oficializada que se instalou no Brasil. Denúncia recebida por este site, que, obviamente não pôde ser confirmada, atesta que, ontem, a polícia federal, auxiliada pela Força Nacional prendeu todos os empregados da Fazenda Depósito, que fora invadida (80 pessoas), inclusive índios empregados, deixando lá, somente a cozinheira. As mesmas forças policiais não prenderam nenhum dos índios invasores, que cometeram, no mínimo, o crime de invasão de propriedade privada, de forma ostensiva.
Estes invasores, por sinal, estiveram reunidos com o ministro da justiça. Não é especulação. Existe uma foto do encontro que por si só dispensaria qualquer palavra. A foto foi publicada no site do jornal Folha de São Paulo. Precisa dizer mais o quê?Depois de efetuarem estas prisões políticas, os agentes foram até a subprefeitura da Surumu (distrito de Pacaraima), onde estava o prefeito Paulo Cesar Quartiero, que também é o dono da fazenda invadida, e o prenderam. Como já foi revelado em matéria anterior a esta, os índios (na sua maioria mulheres) reagiram à prisão arbitrária do prefeito, que estava sendo acusado, injusta e unilateralmente, de formação de quadrilha, e os policiais, apesar de terem usado contra os mesmos armas não letais, porém com força bruta excessiva, feriram cinco pessoas. Há ainda denúncia gravíssima, também ainda não confirmada, de que os policiais teriam confiscado as fitas e fotos dos jornalistas presentes. Resultado (e agora é que a coisa vai ficar preta) é que os defensores da integridade nacional que residem na região pretendem pedir socorro ao Exército. Aliás, quando agentes da lei, sob as ordens do ministro da justiça, agem deliberadamente, conduzidos por razões ideológicas, contra cidadãos brasileiros que estejam defendendo seus direitos estabelecidos na Constituição do país, não resta outra saída à população pedir que as Forças Armadas (essas, sim, com letra maiúscula, pelo menos por enquanto e até hoje) atuem em sua defesa.
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