terça-feira, 19 de agosto de 2008

FUTURO REINO TOTALITÁRIO DAS COTAS

Por Rebecca Santoro


Já se vão 22 anos de governo civil e 18 destes com presidentes eleitos pelo voto direto, sucessivamente. Fora alguns dos progressos científico-tecnológicos, que mais cedo ou mais tarde, com ou sem governo civil, acabariam chegando até nós, inexoravelmente, neste mundo cada vez mais globalizado, o que é que você, cidadão comum, seja de que classe social-econômica for, ganhou com isso?

Você melhorou de vida, economicamente falando? É esse o seu caso? Tudo bem. Mas, sinceramente, o que é que lhe garante que você não pudesse estar até muito melhor, se vivesse num país com índices de violência bem inferiores aos de uma guerra civil, que são com os quais os brasileiros convivem há anos? Se vivesse num país onde o serviço público não fosse cabide de empregos? Se vivesse num país no qual não tivesse que trabalhar 4 meses por ano só para pagar impostos? Se vivesse num país no qual os índices de corrupção governamental e institucional não fossem dos mais alarmantes do planeta?

Ganhamos todos liberdade para dizer o que pensamos? Será? Você considera, sinceramente, que uma imprensa e uma mídia de modo geral completamente dependente da concessão e da propaganda oficial do governo tenham condições de lhe informar com liberdade? Você considera que viver num país onde exista uma quantidade assustadora de processos na Justiça contra jornalistas possa haver liberdade de expressão? Você considera que num país onde reações espontâneas da sociedade contra atitudes do governo sejam achincalhadas pela mídia ou mesmo reprimidas, com violência, por militantes favoráveis ao governo, haja liberdade de manifestação, mesmo que seja pacífica?

Convenhamos, de 1985 para cá, regredimos 100 anos em 20. Foram 5 anos de atraso para cada ano de governo. Regredimos em praticamente tudo, e tanto, inclusive e principalmente politicamente, que hoje temos uma senadora como Ideli Salvati no Congresso, bancada pelos nossos impostos, que apresentou projeto de lei que joga todos os alunos de escolas públicas do país, principalmente se forem negros, pardos ou índios, na vala comum da incompetência e do despreparo, ao estabelecer que devam ter cota de 50% das vagas oferecidas pelas universidades públicas do país a cada ano, para que consigam adentrar no ensino superior. Lá dentro, o currículo que seja rebaixado em qualidade e em grau de dificuldade para que essa gente possa concluir os cursos. Ou seja, não bastasse já terem segregado pobres e mais bem abastados financeiramente, desde o ensino fundamental, nas escolas públicas, agora, querem perpetuar a segregação nas universidades também.

O resultado disso vai ser que, daqui a alguns anos, teremos diploma de pobre e diploma de rico – como sempre, com a excelência de boa formação para o segundo. Não vai dar para quem teve uma educação formal nas melhores escolas do país aceitar ter que se submeter a ensino universitário deficitário porque seus colegas de turma não tenham condições de acompanhar o curso em suas exigências. Porque ninguém se iluda que esse não irá ser um segundo passo – um ‘progresso’ – para evitar o êxodo de grande parte dos alunos que conquistaram vagas exclusivamente por causa do privilégio das cotas.

Quem vai sair perdendo com isso são os próprios ‘beneficiários’ da intenção do projeto da senadora Ideli – ou seja, se antes os pobres ainda tinham alguma chance de, por mérito e grande esforço, conseguir cursar uma reconhecidamente boa universidade pública, junto com outros bons estudantes, de todas as cores e de todos os níveis sócio-econômicos, se esse projeto for aprovado, daqui a no máximo 5 anos, essa chance terá ido para o espaço.

Mas, nesse negócio de tergiversação, de inversão de valores, não há inocentes e nem quem esteja brincando. É jogo para gente grande.

Enquanto esse processo de segregação dos pobres estiver ocorrendo, simultaneamente, no cotidiano dos brasileiros, continuará a campanha de ação para o empobrecimento das classes média-média e média-alta, de modo que a relação destas com as universidades pagas, por exemplo, fique cada vez mais difícil e distante, até que se torne um sonho inviável economicamente e, finalmente, até que as boas universidades tornem-se guetos da nova elite de origem sindicalista. Vai todo mundo para a vala comum da incompetência, da ‘burralização’ geral – somente a nova elite, apesar de sua inaptidão genética, desfrutará das oportunidades de perpetuação de sua ‘espécie’ no poder. O que, inevitavelmente, nos levará a viver num país cada vez mais burro, mais incompetente, mais incapaz, mais medíocre, mais ‘principalesco’, mais ‘cotista’.

Preconceito? Não, é pós-conceito mesmo. É que a História está cheia de exemplos. Que contribuições humanitárias, políticas, sociais, cintentífico-tecnológicas ou farmacêutico-medicinais antigos países como Alemanha Oriental e União Soviética, ou, os ainda hoje China e Coréia do Norte, por exemplo, têm legado para a humanidade? Se não nenhum, com certeza muito poucos. Toda a idéia ou projeto que se baseia na imposição igualitarista está fadado ao fracasso retumbante, simplesmente porque contraria a essência individual do ser humano que nem por isso, ou exatamente por causa disso, é sociável.

Rebecca Santoro

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