terça-feira, 19 de agosto de 2008

TOUR PRÓ-COMUNISTA NO VIETNÃ

Por Rebecca Santoro

Na primeira visita, desde 1989, de um presidente brasileiro ao Vietnã, Luiz Inácio Lula da Silva disse, de improviso, sobre a guerra daquele país contra os Estados Unidos, nos anos 1960-70, que "O que vocês fizeram aqui foi mais que vencer uma guerra. Foi uma lição que ensinaram a todos os seres humanos: que quando queremos uma coisa e temos determinação, somos imbatíveis”... "Desde sempre acompanhei a Guerra do Vietnã, e posso lhe dizer que fiquei tão orgulhoso dos vietnamitas quanto os vietnamitas"... "A vitória de vocês foi a vitória do oprimido, e nós nos sentimos co-participantes e muito orgulhosos do significado para a humanidade da vitória de vocês".

As declarações foram feitas ao final de um encontro com o presidente vietnamita, Nguyen Minh Tien, com autoridades de Estado e com altos dirigentes do partido comunista único. Pego de surpresa, Minh Tien respondeu que a vitória na Guerra não era apenas dos vietnamitas e acrescentou que eles admiram o futebol e o samba do Brasil.

Alguém poderia fazer a caridade de instruir o senhor presidente, que, definitivamente, não fala pela maioria dos brasileiros, a que se desse ao trabalho de estudar um mínimo da História dos países que visitasse, antes de 'improvisar' falas dignas de atestado de ignorância infantilóide, ou para que, ao menos, fizesse a gentileza de ficar calado, poupando, assim, o mundo das conseqüências de seu desprezo pela leitura e os brasileiros da vergonha de ter uma pessoa assim na presidência.

Lula aproveitou sua passagem por Hanói para visitar, em sua residência, o general reformado Vo Nguyen Giap, 98 anos, que comandou tropas do Vietnã contra a França, antiga potência colonial do país, e tropas vietcongs contra os Estados Unidos, na Guerra do Vietnã. Lula, vejam só, agradeceu ao general por inspirar jovens de ideologia revolucionária nos anos 1960: "A vitória de vocês e o orgulho de vocês é quase um patrimônio da humanidade. Tenha certeza de que, no mundo inteiro, muitos, mas muitos jovens naquela época ficaram felizes pela vitória do Vietnã”.

Na casa de Vo Nguyen Giap, havia imagens de líderes da esquerda mundial, como Fidel Castro, ex-presidente e ditador de Cuba, e Hugo Chavez, o presidente venezuelano. Lula garante que uma das fotos que tirou com o general vai trazer para Fidel. Não faltou ‘tietagem’ por parte do presidente e de nossa ministra Dilma Rousseff. Lula pediu a Vo Nguyen Giap que tirasse uma foto ao lado da ministra: "Aquela moça que o senhor está vendo é minha ministra. Na sua época, ela foi militante de esquerda, ficou três anos e meio na cadeia, e tem pelo senhor uma verdadeira admiração... Seria importante que o senhor permitisse que ela tirasse uma foto ao seu lado".


Pois é... Embora não adiante absolutamente nada, é preciso que conste na internet algumas informações que possam mostrar, digamos, ‘um outro lado’, nem tão admirável assim, do general-herói de Lula e de Dilma. Assim, quando os curiosos forem pesquisar sobre a visita de Lula ao Vietnã, e sobre suas ‘adulações verbais’ aos comunistas vietnamitas, poderão, quem sabe, num dos links que aparecerá em referência à pesquisa, provavelmente lá pelos últimos, encontrar alguma informação não amestrada.


Então, lá vai. É só um parágrafo apenas.


Vo Nguyen Giap é o criador do conceito de "guerra do povo", que, basicamente, como define o filósofo Olavo de Carvalho, em seu artigo Guerra de Covardes, ‘Consiste em envolver toda a população na atividade guerreira, de modo a privar o adversário do centro de gravidade do seu ataque - a destruição física do exército convencional - e forçá-lo à escolha impossível entre o genocídio assumido e a autocontenção debilitante’. Resumindo bem o que está no citado artigo, pode-se dizer que o exército de Giap infiltrava-se no meio da população, misturava-se a ela, usando-a como escudo humano, para que as mortes de civis fossem ‘aproveitadas’ como material de propaganda contra os EUA. Muitos jornalistas ocidentais - brasileiros inclusive (*) - foram cúmplices voluntários dos vietcongues nessa empreitada.

É por esta ‘capacidade tático-criativa’ que ficou famoso o ‘grande estrategista’ Vo Nguyen Giap. Ele mesmo, como nos revela o artigo, ‘reconheceu que suas armas mais eficazes foram a mídia esquerdista chique e os movimentos "pacifistas" que amarraram as mãos do governo americano, entregando o Vietnã do Sul e o Camboja ao domínio dos comunistas, os quais ali puderam então matar tranqüilamente 3 milhões de civis, a salvo de qualquer protesto ocidental audível’.

Seria o caso, também, de se perguntar à sua excelência, o presidente Lula, se ele ficou igualmente orgulhoso desse holocausto, em paricular, que os 'vietcongs' (que é a quem, na verdade, sua 'ignorância' queria se referir, ao falar de 'vitória' – que, aliás, não existiu, pelo menos em termos militares) patrocinaram.

Lula também visitou o mausoléu do líder revolucionário Ho Chi Minh (outro assassino comunista) e depositou uma coroa de flores no memorial dos veteranos de guerra.

Enfim, foi uma perfeita viagem de turismo pró-comunista, com direito a especiais regalias, como se viu, e que, naturalmente, propagandeou – o que devem pensar os estrangeiros ser dos brasileiros como um todo e não somente de um governo – nossas preferências e simpatias pelo comunismo, além de revelar nossas tendências antiamericanistas.


Na comitiva brasileira que acompanhava Lula estavam também os ministros Celso Amorim (Relações Exteriores) e Miguel Jorge (Desenvolvimento), o secretário especial de Relações Internacionais, Marco Aurelio Garcia, além de cerca de 30 empresários brasileiros, principalmente do setor de construção civil, tradings e alimentos. Brasil e Vietnã estabeleceram a meta de alcançar uma corrente de comércio bilateral de US$ 1 bilhão (R$1,6 bi) até 2010.

Foi assinado um memorando de entendimento entre os bancos centrais do Brasil e do Vietnã e outros quatro acordos: em ciência e tecnologia, na luta contra a pobreza e a fome, nos esportes e outro que cria uma comissão mista de acompanhamento: "Os memorandos que assinamos hoje representam os alicerces legais que abrem caminho para que nossas relações sejam fortalecidas (...) os dois países estão distantes geograficamente, mas compartilham uma estreita irmandade", disse o presidente vietnamita. Pois é, não entende nada de brasileiro e acreditou em Lula...


(*) O repórter José Hamilton Ribeiro, da revista Realidade, confessou que ele e seus colegas repassavam aos leitores, como notícias confiáveis, aquilo que sabiam perfeitamente ser pura desinformação vietcongue.

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