Por Rebecca Santoro
20/04/2008
Tem pessoas que já nascem com talento para a coisa, outras nem tanto e outras, ainda, não aprendem nunca. É assim com a capacidade de interpretar textos. Tem gente que, por mais que estude, que se esforce, simplesmente não consegue. Dentro do grupo de pessoas que não conseguem interpretar textos, filmes e até a própria realidade, há uma boa parte delas cujo mal funcionamento da percepção cerebral se deve à lavagem cerebral que a esquerda socialisto-comunista empreende em todos os setores de influência na formação da personalidade e da intelectualidade dos brasileiros, desde a sua mais tenra idade. Mas, há também aqueles que mal interpretam a realidade, os textos e os filmes, propositadamente, por questão de caráter, de opção de vida. Finalmente, há os que, infelizmente, são realmente desprovidos de inteligência, a mínima necessária.
Não sei em que categoria enquadra-se a pessoa que escreveu a matéria abaixo, publicada na Folha de São Paulo de ontem (19/04), que abordou um manifesto do Clube da Aeronáutica em apoio ao General Heleno, como se fosse um papagaiozinho da patrulha petisto-comunista, ou seja, insinuando que militares e simpatizantes, digamos assim, não podem ter o direito de ir às ruas para manifestar apoio a uma causa ou a alguém, porque isso seria o mesmo que ameaçar com golpe.
Minha senhora, militar é aquele ser humano que, ao invés de vestir um terno para trabalhar, todos os dias, veste uma farda. É gente como todo mundo. Que estória é essa que estamos vendo nesse país, À lá Senador Arthur Virgílio, que começa a dar piti e a ter ataque de pânico (de perder a mamata deve ser, porque, quem não deve não teme) toda vez que um militar resolve se manifestar sobre determinado assunto ou que muitos deles pensam em decidir sair às ruas para manifestar o que quer que seja?
Que é isso? Democracia pela metade - pra todo mundo menos pra militar? As pessoas precisam se decidir se querem viver numa democracia ou não. Se quiserem, terão que aprender a conviver com gente que pensa, com gente que tem sangue nas veias - entre eles os homens que usam fardas neste país. Ou querem que justamente aqueles que tenham as armas sejam uns brontossauros ignorantes que sejam capazes de sair matando a própria população de seu país, se um louco que eventualmente assuma a presidência da república resolver ordenar? Está faltando inteligência nesse país!
Mas, é o tal negócio: a maioria das pessoas só aprende a dar valor a quem escolheu uma profissão como policial ou como militar, o dia em que precisa dele. Fazer o quê? Como já disse acima, nem todo mundo tem desenvoltura nas atividades intelectuais...
Rebecca Santoro
18/04/2008 - 19h04
Clube da Aeronáutica se solidariza com general e ameaça com movimento militar
LUISA BELCHIOR
Colaboração para a Folha Online, no Rio
O Clube da Aeronáutica reforçou a reação de militares à repreensão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao general Augusto Heleno Ribeiro Pereira. O general Heleno criticou a política indigenista do governo federal. O presidente do clube, tenente-brigadeiro da Aeronáutica Ivan Frota, afirmou, em nota, que "o país conhecerá o maior movimento de solidariedade militar" caso as repreensões continuem.
A nota foi distribuída nesta sexta-feira a integrantes das Forças Armadas durante o terceiro dia do seminário "Brasil, ameaças a sua soberania", na sede do Clube Militar do Rio, no qual, anteontem, o general Heleno chamou de "caótica e lamentável" a política indigenista do país.
Frota disse que o discurso do general Heleno "representa a síntese do pensamento castrense atual" e criticou a atitude do presidente Lula de pedir esclarecimentos sobre a crítica ao ministro Nelson Jobim (Defesa).
"Que o presidente não se atreva a tentar negar-lhe [ao general Heleno] o sagrado dever de defender a soberania e a integridade do Estado brasileiro [...]. Caso se realize tal coação, o país conhecerá o maior movimento de solidariedade, partindo de todos os recantos deste imenso país, jamais ocorridos nos tempos modernos de nossa História", afirmou em nota o tenente-brigadeiro.
Também nesta sexta-feira, o general do Exército Gilberto de Figueiredo, presidente do Clube Militar, afirmou que as críticas do general Heleno não ferem nenhuma hierarquia ou disciplina. "Acho que ele [presidente Lula] não entendeu o que aconteceu. O general Heleno falou sobre algo de sua responsabilidade. Não é de hoje que essa área é polêmica", disse.
Presente no seminário, o almirante-de-Esquadra Marcos Martins Torres, chefe do Estado-Maior de Defesa, segundo na hierarquia do Ministério da Defesa, não quis comentar a reação do presidente Lula.
O general Mario Madureira, chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Leste, também esquivou-se de polêmica e disse que é direito do presidente Lula pedir esclarecimentos, mas negou achar que houve ato de insubordinação. Sobre as críticas dos clubes Militar e da Aeronáutica, afirmou que "os clubes militares têm todo o direito de se manifestar".
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