22 de outubro de 2007
Há pelo menos 3 anos eu venho insistindo que, “essencialmente distante da natureza humana”, como todo comunista, Gramsci (ícone da teorização do atual método de implantação revolucionária) não foi capaz de considerar o aspecto intrínseco da inteligência e da bondade humanas (duas características que conduzem o homem na busca da verdade e do bem) ao teorizar sobre como envenenar as sociedades livres com o vírus da revolução socialista, através do aparelhamento do estado e da mídia e finalmente da lavagem cerebral imposta aos estudantes de todos os níveis.
Todo comunista, no fundo, quer brincar de Deus. Negando-O, para si mesmo e para os outros, o faz, ainda que inconscientemente, talvez para não ter que sentir culpa das atrocidades e dos atentados que sabe que terá que cometer contra tudo e contra todos para impor sua própria visão de mundo sobre a realidade – e sobre as prováveis outras visões desse mesmo mundo que outras pessoas terão. Aliás, é por isso que a mentalidade comunista acabará (mais cedo ou mais tarde) entrando para o hall das doenças mentais, cujos maiores sintomas são a incapacidade do “doente” de lidar com a realidade, de conseguir distinguir-se do próprio Deus que nega existir, de conseguir vislumbrar o outro como diferente e de não conseguir estabelecer distinção coerente entre verdade e mentira ou entre certo e errado – tudo é relativo, conforme a conveniência.
Sobre esse aspecto do comunismo-doença, esteve circulando na mídia artigo de Anatoli Oliynik - O ESQUERDISTA, quem é ele? (originariamente do guia de São José). Só o fato deste senhor ter ocupado o espaço que ocupou para expor suas conclusões a respeito da figura do comunista é um excelente sintoma de que, cada vez mais, há gente disposta (e de “saco completamente cheio”) a falar e a ouvir tudo o que possa desmistificar o repetitivo discurso comunista (com todo o seu relativismo, o seu ideologismo ineficaz, a sua inversão descarada de valores etc.) – cuja técnica de repetir e repetir uma mentira para transformá-la em realidade ultrapassou os limites de reação do cérebro de suas “vítimas”, a partir do qual o “relé” do “desconfiômetro” daqueles que possuem mais de 10 bons neurônios em funcionamento é involuntária e necessariamente acionado (provocando reação contrária àquela prevista por Gramsci na sua teorização sobre conquista hegemônica).
Ou seja, um sujeito pode ser anestesiado e dominado através do discurso até certo ponto e sob um limite severamente determinado de submissão à repetitividade desse discurso. Ultrapassados esses limites pontuais (e não previstos por Gramsci), a tendência do indivíduo inteligente é reagir com rejeição e pior (para os que apostaram cegamente na revolução hegemônica de Gramsci, é claro): essa reação, em sendo fruto – esta sim – essencialmente da natureza humana, ela não precisa fabricar mentiras e inversões de lógica para se impor como mais verdadeira, mais racional – o que acaba tornando-a muito mais facilmente “contagiosa” e de mais fácil e de mais rápida disseminação. O perigo dessa reação é que ela desperta nos “comunas” a percepção de que é chegada a hora de acionar – agora já sem tanta preocupação em disfarçar – os mecanismos revolucionários repressores. Instala-se a guerra declarada. Capitão Nascimento, Neto e Matias neles!
É, Tropa de Elite – O Filme (com as maiúsculas que merece) – é a ponta do iceberg desta corrente de “essa esquerdalha já encheu o saco”. Homens de mídia como Diego Casagrande, Heitor de Paola, Diogo Mainardi, Reinaldo Azevedo, Márcio Coimbra, Alexandre Garcia, Jorge Serrão – só para citar os mais conhecidos e, com certeza deixando de citar centenas de outros bons profissionais – e, é claro, o filósofo Olavo de Carvalho, bem como mulheres da estirpe de Graça salgueiro, Mara Montezuma e Maria Lúcia V. Barbosa (só para citar algumas) são todos os capitães Nascimento da Imprensa. Os “mocinhos” estão em alta! Chega de herói vilão! “Polícia é polícia, bandido é bandido e ponto final!”
O imenso sucesso de Tropa de Elite entre o público brasileiro – e não entre a crítica, entre os artistas ou na mídia – vai direto ao encontro (de confronto) à imagem tão amplamente divulgada de que brasileiro não sabe votar, de que reelege mensaleiro corrupto e de coisas do gênero. Há sempre um mistério indecifrável, um abismo enorme entre todas as reações que emanam espontaneamente do povo (e que acabam sendo “inocultáveis”) – pelo menos em todas as vezes em que tem essa oportunidade real – e os resultados que surgem de dentro das nossas caixas-pretas, as urnas eletrônicas sem voto impresso. Incrível!
Pois é, já tem muito mais gente do que “a esquerda” gostaria, na mídia e mais especificamente na imprensa, dando nome aos “bois”: Fidel é ditador, Hugo Chavez também; Che Guevara é herói de doente – está sendo colocado em seu devido lugar, bem como Lênin, Stalin, Trotsky, Mao, Pol Pot e tantos outros. Figuras brasileiras do heroísmo terrorista dos anos 60 e 70 estão caminhando para o mesmo destino. Muita Ong já está virando caso de polícia. Índio é um ser humano normal e, como tal, tem o direito de usufruir das coisas boas que a evolução da raça humana trouxe para a vida de todos (não é retardado mental, nem incapaz e nem animal de zoológico). A China nunca foi tão comunista e, ela sim, é, ao mesmo tempo, a síntese do capitalismo selvagem. Aquecimento global? O negócio não é bem assim... E por aí vai...
Tudo bem, posso estar sendo otimista demais e até mesmo precipitada em pretender – e para isso a gente não pode se furtar do atrevimento – apontar onde foi que o gênio da esquerda, Antonio Gramsci, errou. Também não me importaria que alguém mais escolado e mais competente – é sempre um bom exercício a gente repetir e admitir para si mesmo que ninguém é insubstituível e que sempre haverá alguém melhor – tomasse para si o tema e teorizasse sobre ele. Afinal, o dom do jornalista é apontar fatos, tendências, opiniões e estimular, com isso, o trabalho científico dos especialistas.
Rebecca Santoro
E-mail: rebeccasantoro@gmail.com
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