terça-feira, 19 de agosto de 2008

NOSSA ESTRATÉGIA DE DEFESA DE VIÉS SUICIDA


Por Rebecca Santoro


As minhas curtas férias entre o final de dezembro e janeiro deste ano têm me custado caro em termos de atualização com a leitura. Até agora, e já estamos em abril, eu confesso que ainda não consegui ler tudo o que me foi enviado – o que fui fazendo, aos poucos, ao mesmo tempo em que tentava dar conta do material que vinha surgindo. Foi o caso deste primoroso e importantíssimo artigo do filósofo brasileiro Olavo de Carvalho, A história do mundo para crianças seguido pelo que eu considero um complemento, O nacionalismo contra a nação.


Já faz quatro anos que venho tentando abrir os olhos de nossa sociedade, na minha modesta área de atuação e influência, sobre a enorme diferença entre o estado-nação norte-americano (com sua cultura, seu povo, suas tradições etc.) e a parte do Estado norte-americano que foi apropriada pela esquerda internacional globalista – esta, sim, nossa inimiga, e de todos os estados-nação do planeta, principalmente os de cultura ocidental judaico-cristã, inclusive a própria nação norte-americana.


Não é possível, meu Deus do céu, que nenhuma das nossas autoridades, sejam elas civis ou militares - estas principalmente -, tenha conseguido compreender a situação a partir desta perspectiva, para colocar o tema nas pautas de estudos das ESG’s da vida ou dos painéis anuais de discussão de assuntos estratégicos que acontecem pelo país, e nos quais os discursos, AINDA E CONTINUADAMENTE, giram em torno da cobiça imperialista anglo-americana sobre nossas riquezas e da necessidade de uma união latino-americana contra nossos inimigos – os ianques imperialistas! – estejam eles representados, nas discussões que se abordem, pelo governo norte-americano, pelas grandes empresas ou por Ongs as mais diversas.


Fala-se muito, entre os especialistas, sobre a guerra de quarta geração – a qual, inclusive, já estaríamos vivendo no Brasil, mais claramente evidenciada na questão agrária e indígena. As exposições sobre o tema têm sido feitas com muita propriedade, no sentido de identificar estratégias, objetivos, causas e conseqüências. Mas, na minha opinião, comete-se o erro de determinar como agentes provocadores-patrocinadores deste “fenômeno” Estados-Nações como Inglaterra e Estados Unidos, quando estes próprios estados vêm sendo, há anos, eles mesmos atacados e corroídos por dentro, justamente pelos elementos que atuam nesse palco da guerra de quarta geração.

Eu sei, é inegável que haja o aparelhamento de instituições estatais e governamentais por estes agentes, até mesmo para que possam manipular os meios para conseguirem ir atingindo suas metas. Mas, não se pode ignorar a verdadeira batalha que se trava entre estes agentes alienígenas e aqueles que trabalham para a preservação e para o desenvolvimento de seus países.


Pois eu não tenho receio de dizer que todos os que, abaixo do Equador, elaboram discursos para descrever o fenômeno da guerra de quarta geração (não deixe de ler) esquecem, conscientemente ou não, de mencionar o trabalho que realiza este segundo grupo de pessoas. E é somente por isso que se consegue, aqui, abaixo do Equador, a almejada “coerência” na descrição do fenômeno como se este partisse diretamente de “estados imperialistas” e não de organizações internacionalistas apátridas (todas elas com raízes ideológicas comunistas).


É um absurdo que não se mencione, por aqui, ao descrever o fenômeno da guerra de quarta geração, abordando o estado norte-americano como agente patrocinador, as campanhas que acontecem dentro dos próprios EUA para que haja, por exemplo, a extinção do Banco Central norte-americano – o Federal Reserve – que, por lá, todos sabem tratar-se de uma organização empresarial de cunho privado e não estatal; assim como também é inconcebível descrever honestamente o fenômeno sem mencionar a verdadeira infiltração comunista que, há anos, vem acontecendo na CIA ou sem falar na atuação da mídia associada ao poder dos internacionalistas coordenados pela ONU e por outras organizações afins – com cujas decisões, aliás, o estado norte-americano vem discordando, todas as vezes que vêem nas mesmas características que possam ir de encontro a seus interesses nacionais (Protocolo de Quioto, declaração da ONU sobre direitos dos povos indígenas, etc.). Ah! E sem mencionar a utilização do Islã como instrumento de destruição da civilização ocidental.


Não mencionar os problemas enfrentados pelos próprios EUA, interna e externamente, justamente em conseqüência do fenômeno da guerra de quarta geração, e ainda acusá-los, como Estado, de o estar patrocinando é o mesmo que admitir que o “império” quer ser soberano sobre todos os povos e lugares da terra mesmo que sob a condição de destruir-se a si próprio. Ou seja, um contra-senso.

Ao mesmo tempo em que os discursos sobre a descrição do fenômeno da guerra de quarta geração procuram supervalorizá-la, no sentido de eficiência, como estratégia de hegemonia do “império” sobre outros povos e territórios, desvalorizando a ação de combate bélico tradicional, finge-se ignorar nestes mesmos discursos a verdadeira corrida tecnológico-armamentista na qual estão empenhados potências como Rússia, China, Índia, outros países menores em extensão e os próprios EUA. Outro contra-senso: investir bilhões e bilhões de dólares em armamentos que, segundo o que se conclui nas dissertações sobre a guerra de quarta geração, seria menos eficiente do que investir, por exemplo, em propaganda e/ou na criação de “normas” internacionais que devessem ser cumpridas por todos os países do planeta.


Deve-se, portanto, observar o fenômeno da guerra de quarta geração como um meio para promover a desestruturação dos estados-nações que, lógica e empiricamente, não pode ter partido (ou ainda estar partindo) de supostos estados-nações imperialistas, na medida em que isso implicaria na sua própria destruição como tais. O fenômeno, ao contrário, deve ser admitido como tendo partido de organização supra-nacional, a partir de um conceito de hegemonia que só se tornaria realizável na medida em que essa dominação acontecesse de forma universal – nos quatro cantos da terra, sob o comando de uma organização supostamente neutra e que tivesse o poder de agir “para o bem de todos” – uma ONU, por exemplo.


Agora, digam-me os senhores leitores, qual é a ideologia que mais se aproxima desse conceito de universalidade? Qual é a ideologia da qual se diz, entre seus adeptos, jamais ter efetivamente existido, na medida em que sua existência e ampla experimentação só seria possível se fosse compartilhada (e efetivamente praticada) no mundo todo? Bingo! A ideologia comunista (que, agora, também manipula a ambição islâmica de dominar o mundo). A ideologia do maldito sonho da igualdade universal entre os homens, que, para se realizar, pretende tão somente seqüestrar-lhes o livre arbítrio – o que os transformaria em, no mínimo, robôs-escravos.


O inferno, dizem, está cheio de gente bem intencionada. É a tal estória do “I have a dream” (“Eu tenho um sonho”), frase que ficou imortalizada num dos mais famosos discursos de Martin Luther King. Mas que, no caso do sonho comunista, para se tornar realidade, precisa ser o de todos ou pelo menos da grande maioria da sociedade. Esse negócio de “eu tenho um sonho” têm levado à morte e ao sacrifício milhões e milhões de seres humanos, apenas e tão somente por se recusarem a sonhar o mesmo sonho. Tudo isso porque o egocentrismo exagerado de alguns faz com que se construa todo um projeto social que, simplesmente, parte da premissa errada de que o ser humano é um ser coletivo e que precisa de guias-mentores para lhes dizer como ser feliz em sua própria vida. Não é – talvez até infelizmente -, mas, o fato é que não é. O homem é um ser individual, ainda que seja por deveras sociável.



AGORA, VAMOS FAZER UMA PAUSA PARA um exercício de imaginação em que concebêssemos um palco de guerra simplificado e minimizado. É o seguinte (ver figura):



- A tem uma economia mais poderosa e tem um poder bélico superior, inclusive em termos nucleares. Se A atacar B com armas de destruição em massa sabe que vai ser atacado também em regiões e pontos estratégicos. Tanto A como B sabem que estes ataques não são capazes, ao contrário do que se apregoa de destruir completamente toda a vida e todos os seres humanos que habitam ambos os lados (uma vez que foram construídos centenas de milhares de abrigos anti-nucleares que custaram milhões de dólares). Entretanto, sabem que para a reconstrução de seus Estados precisarão, num primeiro momento, de recursos industriais, minerais e principalmente de alimentos e de água limpa. Sabendo que o ar que circula em A e B não se mistura com o que circula em X e Y, estas regiões que poderiam ser consideradas como de retaguarda, devem, portanto, estar localizadas nestas duas regiões – uma região livre de armas nucleares. Ou seja, para que um ataque partido de uma das duas partes, de A ou de B, não seja uma operação suicida, é preciso contar com uma área de retaguarda salvaguardada e bem estruturada.


- Porém, se acontecesse, por exemplo, que, durante essa empreitada de, digamos, conquistar sua zona de retaguarda, A chegasse ao ponto de desenvolvimento bélico tal que fosse capaz de construir uma espécie de escudo anti-nuclear espacial que impedisse B de sequer conseguir que ataques nucleares atingissem o território de A? Ora, se isso acontecesse, A poderia parar de investir no projeto de zona de retaguarda, mas teria que convencer a todos em seu Estado (uma democracia) de que valeria a pena despender bilhões e bilhões de dólares na construção e implementação do tal escudo anti-nuclear.


- B, nessa altura do campeonato, sem zona de retaguarda adequada, em Y, e sem capacidade de construir seu próprio escudo anti-nuclear, viu-se diante de uma situação desesperadora de derrota. Qual foi a saída? Simular que tivesse desistido de ser inimigo de A, promovendo uma espécie de aproximação em termos de regime político-econômico (embora o controle do Estado e das liberdades continuasse a ser rigoroso), para que o povo de A fosse convencido a não permitir que fossem investidos bilhões e bilhões de dólares na construção do tal escudo anti-nuclear. A convulsão social em B justificaria, por exemplo, o fato de armamentos, inclusive nucleares, se espalharem pelo mundo. O passo seguinte foi investir na conquista do que antes fora a zona de retaguarda de A (X, que sabidamente havia sido abandonada como projeto essencial dentro da guerra invisível entre A e B).

- Coincidentemente ou não, foi nessa época de mudança de estratégia de B que começaram a pipocar outras notáveis mudanças em vários lugares do planeta: “abertura econômica” num país chamado China, radicalização de movimentos anti-americanos no mundo muçulmano e início de um movimento chamado Foro de São Paulo na América-Latina, mais especificamente na América do Sul (que usava ser a zona de retaguarda de A).


- O jogo está parado nas seguintes condições:


- B está sendo bem sucedido na sua estratégia de enganar o mundo a respeito de sua abertura político-econômica.


- Um país chamado China, que seria ligado a B, está se especializando em desconstruir a capacidade industrial do mundo capitalista-industrializado, uma vez que rouba know-how ao mesmo tempo em que promove a indústria da falsificação no mundo, produzindo produtos tão baratos (por causa de mão-de-obra quase escrava que utiliza) que acabam se espalhando pelo mundo e destruindo, pela concorrência, as indústrias nacionais dos mais diversos países (que, no futuro, não terão mais os meios nem a tecnologia de produção dos produtos que consomem), especialmente no terceiro mundo (tudo isso enquanto se arma até os dentes, diga-se de passagem).


- B continua fazendo campanha mundial, inclusive com ameaças explícitas, contra a construção do escudo anti-nuclear de A. E continua se armando também.



(OBS: LEIAM - Série CAI O PANO )


Quando é que nossos homens, os mais nacionalistas e patriotas, vão compreender que não se dá guarida para comunista, nem mesmo quando, aparentemente, e sobre determinado tema em questão, seu discurso pareça assemelhar-se ao daqueles que querem ver o progresso e o desenvolvimento de uma nação? O direito sagrado ao exercício do livre arbítrio, dentro de um Estado de Direito, é o pilar do desenvolvimento sadio de uma sociedade, e qualquer premissa que destoe desta consideração conduzirá os projetos de construção social, ainda que aparentemente os melhores deles, ao retumbante fracasso. O nacionalismo xenófobo também.



Aliás, é justamente o nacionalismo xenófobo o calcanhar de Aquiles de grande parte dos que se dizem patriotas. E é justamente nele que os comunistas miram, para injetar seu veneno pseudo nacionalista – Querem um exemplo? Então leiam o que foi publicado pelo jornal eletrônico PRAVDA, que sempre esteve a serviço do comunismo internacional, sobre o que acontece hoje na Amazônia. Vocês verão o quanto existe de coincidência entre os discursos nacionalistas dos patriotas e o dos comunistas internacional-globalistas. (clique na figura ao lado).


O pessoal do sonho do mundo melhor é sempre nacionalista quando consegue agregar a questão a uma possível suspeição de que o “agressor externo” seja o imperialismo europeu ocidental ou norte-americano. Por isso, é lógico, os discursos não são coincidentes quando se questione sobre o imperialismo russo-soviético sobre Cuba, por exemplo – nesse caso, a abordagem dos “nacionalistas” comunistas passa a ser sob o ponto de vista de ajuda libertadora de um poderoso aliado “bonzinho”.


Pelo amor de Deus, será que ninguém enxerga isso? Que ninguém enxerga que a “parceria” nacionalista contra o “inimigo imperialista” é justamente para tirá-lo do caminho para que a “revolução comunista, amiga e libertadora” possa vir a ser bem-sucedida, em um momento propício posterior, e que, depois dela, virá o governo mundial da ONU? Ninguém nessa nossa terra estudou a história dos golpes comunistas?! Será que não existe um mínimo de inteligência abaixo da linha do Equador?!


Nossa nova política de segurança caminha toda nesse sentido, que é o de se prevenir contra os ataques do imperialismo ocidental-capitalista-cristão, em total e explícito alinhamento com os países anti-ocidentais, como Rússia e China (os dois maiores), por exemplo, e ninguém é capaz de se manifestar a respeito desse posicionamento completamente suicida adotado pelos dois últimos governos do Brasil e que isso acontece justamente porque seus compromissos são com a esquerda internacional globalista “do mundo melhor” e não com o Brasil e com a nossa cultura ocidental-cristã? (E não se confunda cristã com católica, pelo amor de Deus, senão não há artigo que consiga explicar tudo para todo mundo).


No começo do mês de abril (2008), os ministros Nelson Jobim (Defesa) e Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos) reuniram-se com deputados federais na Comissão de Relações Exteriores, em encontro que durou cerca de três horas. “Temos dito às Forças Armadas que o objetivo [...] não é equipá‑las. O objetivo é transformá-las” foi uma das frases mais contundentes e esclarecedoras proferidas pelo brasileiro de sotaque ianque Mangabeira Unger. Mas, entenda-se: modificá-las sob o ponto de vista radical e impositivo deste jovem senhor que se julga um gênio auto-didata de estratégia militar para o novo milênio, apesar de jamais ter sido um militar. Que ponto de vista seria esse? O ponto de vista de quem vê o mundo sob a perspectiva do domínio imperial norte-americano e a favor do universalismo sem fronteiras do sonho de um mundo melhor e igualitário, como comprova outra de suas frases: “Armemo-nos! Armemo-nos consolados e fortalecidos por uma convicção: o Brasil está predestinado a engrandecer‑se sem imperar.”

Em fevereiro deste ano, por exemplo, estavam sendo negociados três acordos entre Brasil e Rússia – dois deles prontos à época, e que só faltavam ser assinados (o de intercâmbio de militares em academias, projetos comuns e solução de controvérsias; e o para a troca de informações confidenciais (*)) e um terceiro que tratava de propriedade intelectual e proteção de patentes. À época os ministros Nelson Jobim e Mangabeira Unger estiveram na Rússia por 5 dias, foi divulgado na imprensa, para aproximar os dois países e apresentar as prioridades do Brasil. Na ocasião, inclusive, o ministro da Defesa da Rússia, Anatoli Serdiukov, propôs a Nelson Jobim o treinamento de oficiais do Brasil em centros de ensino do Ministério da Defesa da Rússia, o fornecimento de armas e munição russas para o Exército brasileiro e a modernização do armamento das Forças Armadas do país.


Os termos e o conteúdo dos acordos precisariam passar necessariamente, pelas consultorias jurídicas de ambos os governos e levados ao Congresso Nacional, antes de poderem ser assinados.


Acontece que no último dia 15 de abril, sem nenhuma das duas condições acima citadas serem cumpridas, e também sem que nenhuma autoridade militar tivesse sido consultada, Roberto Mangabeira Unger, e o secretário do Conselho de Segurança da Federação Russa, Valentin Sobolev, assinaram, em plena capital do Brasil, um abrangente acordo para construção de foguetes, para lançamento de satélites, e aviões. O acordo sobre intercâmbios de militares prevê a organização de treinamentos e operações conjuntas e o texto sobre a troca de informações confidenciais extrapola a área de cooperação técnico-militar e pode envolver a colaboração em investigações em outras áreas pelos dois lados, com o compromisso de que as informações não serão repassadas a terceiros.


É impressionante como, mesmo depois de a História já ter em seu registro fatos tão contundentes como o dos oficiais militares nacionalistas chineses, que foram cooptados e usados como massa de manobra pelos comunistas do exército vermelho para fazer a revolução “democrata-popular” da China, sob o manto do coincidente discurso nacionalista que ambos embandeiravam (e tendo, depois de vitoriosa a revolução comunista, sido aniquilados, um por um ou até em massa), ainda possa existir, hoje, em pleno século 21, quem, entre os que se dizem nacionalistas, não conheça esta armadilha e nela caia como um patinho desavisado!


Não precisamos de patriotas que achem que seu patriotismo justifique uma união com comunistas, do tipo os fins justificam os meios. Não justificam não. Precisamos de líderes inteligentes e capazes de ter uma visão macro de todas as forças políticas, sociais e econômicas que agem no mundo de hoje.


Rebecca Santoro


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