Rebecca Santoro
18/10/2007
Nelson Jobim usando farda já virou uma debochada marca registrada do "jeitinho ministro de ser" do bacharel em Direito e ministro da defesa. Homem bom em desafiar a tudo e a todos - desde que garantido, é claro - Jobim já deu mais do que suficientes provas de que é. Só tem um detalhe, usar fantasia de militar é fácil - demonstraria coragem mesmo o tal do ministro se optasse por receber de salário, mensal e exclusivamente, o que recebem seus colegas subordinados ao ministério da defesa que usam a mesma fantasia militar que Jobim gosta de vestir, só que como uniforme de profissão. Com certeza, em dois tempos, o homem nunca mais acharia a menor graça em usar a tal da fantasia.
Tem outro detalhe também. Em se tratando de usar e abusar do pessoal militar para auxiliar Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar, Ministério da Saúde, Ministério do Planejamento, Ibama, Funai e mais tantos outros órgãos governamentais, o ministro deveria igualmente exigir, em contrapartida, que estes mesmos órgãos, cujos funcionários - deve ser pela extrema competência - recebem salários três ou quatro vezes superiores aos que percebem seus correspondentes nas Forças Armadas, fizessem uma merecida doação de parte de seus vencimentos aos colegas de Executivo (ou seja, do mesmo empregador-pagador) dos quais tanto da ajuda precisam. Ou então cada um que se virasse e que buscasse justificar suas superioridades salariais.
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