Por Rebecca Santoro
Depois de um julgamento que durou cerca de vinte horas, na noite de quinta feira, 29 de maio de 2008, o Supremo Tribunal Federal do Brasil reconheceu a constitucionalidade da experimentação com embriões. Foram favoráveis às pesquisas com células-tronco os ministros Carlos Ayres Britto (relator do processo), Ellen Gracie, Cármem Lúcia e Joaquim Barbosa. Eros Grau e Cezar Peluso se posicionaram favoráveis, mas com ressalvas. Carlos Alberto Menezes Direito, que havia pedido vista dos autos em março deste ano, e Ricardo Lewandowski foram parcialmente contrários às pesquisas.
O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, apresentou o parecer contrário à continuidade das pesquisas e algumas entidades também defenderam suas posições
A maioria dos ministros baseou seu voto na premissa de que os embriões congelados são inviáveis e que não haveria sentido em preservar uma vida cujo único objetivo seria o descarte. Se houve algum ministro que discordasse desta posição, mesmo os que votaram contra ou com restrições, em nenhum momento se fez qualquer aparte ou comentário para esclarecer que estas afirmações não possuíam fundamento científico e que um embrião congelado é tão viável quanto um embrião fresco.
Inocência? Falta de informação? Pouco provável. No dia 27 de maio, foi realizada na Câmara dos Deputados, em Brasília, uma audiência pública para que a Frente Parlamentar em Defesa da Vida expusesse um relatório sobre o tema aos parlamentares, à imprensa e ao público
O extenso documento continha referências comentadas a 22 trabalhos científicos que mostravam, de modo exaustivo e definitivo, que os embriões congelados, não importa por quanto tempo, são tão viáveis quanto os frescos e que o tema não é objeto de nenhuma controvérsia nos meios científicos internacionais.
Está no site O VERBO, o seguinte material:
“A maior parte dos principais órgãos de imprensa do Brasil foram convidados para a audiência. Alguns efetivamente compareceram, mas a imprensa no seu todo ignorou o relatório e continuou a divulgar os depoimentos de todos quantos continuavam a afirmar que os embriões são inviáveis, que não podem sobreviver e que seu único destino possível, se não fosse experimentação científica seria o lixo como dejeto hospitalar. Até mesmo a imprensa interna da Câmara dos Deputados, responsável pelo noticiário do site da Câmara, ignorou a audiência e não publicou uma única linha a seu respeito”... “Os grupos pro vida têm conhecimento de inúmeras entrevistas gravadas pelos meios de comunicação com médicos e cientistas a favor da vida que, quando falam sobre aborto e células tronco, todas as informações mais consistentes, factuais ou científicas, são editadas e somente permanecem para serem irradiadas aquelas em que os apresentadores fazem aos entrevistados perguntas colocadas de tal maneira que somente poderiam ser respondidas do ponto de vista religioso”.
Mais adiante, no mesmo artigo do site, um fato que não se viu veiculado por nenhuma emissora de televisão, embora de extremo significado diante do tema do julgamento:
Na porta do STF havia dois jovens em cadeiras de rodas protestando contra o julgamento. A imprensa aproximou-se para entrevistá-los. Pensavam que estariam insultando o fundamentalismo da Igreja Católica e exigindo que os ministros aprovassem a experimentação com embriões para que pudessem voltar a andar o quanto antes. Com as máquinas já prontas e filmando, souberam que aqueles jovens eram contra a experimentação com embriões. Para surpresa dos repórteres, os jovens afirmaram desta vez serem contra as pesquisas com células embrionárias. "QUEREMOS FICAR CURADOS, MAS SE PARA ISTO FOR NECESSÁRIO MATAR OUTROS SERES HUMANOS, PREFERIMOS CONTINUAR COM NOSSAS DOENÇAS", afirmaram eles. Os jovens depuseram para os grupos pro vida que, ao ouvirem isto, os jornalistas desligavam as filmadoras, encerravam a entrevista e simplesmente iam embora.
Será que receberam ordens para isso?
Não há nada de surpreendente na decisão final do STF. Este governo e o anterior sempre têm conseguido o que querem, de um jeito ou de outro, mais cedo ou mais tarde – e não é por outro motivo que sobrevivem a uma seqüência interminável de escândalos que teriam derrubado qualquer governo em qualquer país civilizado e verdadeiramente democrático do mundo. Sobrevivem, com a conivência de TODAS as Instituições, dos meios de comunicação de massa, dos grandes empresários e dos movimentos populares manipulados, simplesmente porque obedecem a acordos firmados além das fronteiras do Brasil, em prol de um governo mundial.
As pessoas têm ouvidos moucos e memória fraca. Antes da reeleição de Lula, o tema aborto e pesquisas com células-tronco embrionárias não foi abordado consistentemente nos debates públicos e nem nas campanhas eleitorais – eram TABU, como o era tocar no assunto Foro de São Paulo, não só para Lula mas como também para seus falsos opositores. Já estava acordado que as pesquisas seriam aprovadas e, mais tarde, quem viver verá, será aprovado o aborto. Tudo à completa revelia da vontade da imensa maioria da sociedade brasileira, que, inclusive, para ser calada, é massacrada com informações mentirosas a respeito dos temas de gravidade discutidos no governo, no Congresso, nos tribunais superiores. Aconteceu assim com o desarmamento (tema no qual a vontade popular manifestada no referendo foi desrespeitada antes mesmo do plebiscito, cujo resultado se mostraria inócuo frente ao Estatuto do Desarmamento), com os números da homossexualidade, com os números do ‘preconceito racial’ e acontece agora com as pesquisas com células tronco embrionárias.
Nas poucas vezes em que falou sobre o assunto, Lula se posicionou, é claro, PESSOALMENTE (como sempre fez questão de frisar) contra o aborto. Mas, como estadista, o presidente se coloca favoravelmente à sua prática, e não é de hoje. Em 2004, ele assinou o PLANO NACIONAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES - um importante documento, publicado com o apoio do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher - que estabelecia entre as suas prioridades, "REVISAR A LEGISLAÇÃO PUNITIVA QUE TRATA DA INTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GRAVIDEZ”. Em 2004, o jornal "O Estado de São Paulo" reportou declaração da Ministra Nilcéia Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), de que a proposta de legalização do aborto contida no tal Plano não era uma iniciativa isolada daquela secretaria, mas de todo o Governo Lula. Em março de 2005, Nilcéia reiterou essa posição do presidente, assegurando que o próprio Lula havia estava pessoalmente interessado na legalização do aborto no Brasil, tanto que, em abril daquele ano, assim se comprometeu, num documento que foi entregue à ONU - o Segundo Relatório do Brasil sobre o Tratado de Direitos Civis e Políticos ao Comitê de Direitos Humanos da ONU.
No XIII Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores, em abril de 2006, foram estabelecidas as “Diretrizes para a Elaboração do Programa de Governo” (íntegra do documento, no site oficial do PT). O item de número 35 diz que “O segundo Governo deve consolidar e avançar na implementação de políticas afirmativas e de combate aos preconceitos, à discriminação, ao machismo, racismo e homofobia. As políticas de igualdade racial e de gênero e de promoção dos direitos e cidadania de gays, lésbicas, travestis, transexuais e bissexuais receberão mais recursos... O Governo Federal se empenhará na agenda legislativa que contemple as demandas desses segmentos da sociedade, como o Estatuto da Igualdade Racial, a descriminalização do aborto e a criminalização da homofobia”.
Para mim, não foi surpresa nenhuma que, depois de ter sido confirmado o resultado do julgamento do STF, como dizem, em sessão histórica, a primeira reportagem do Jornal Nacional sobre o tema ‘cura das doenças através de células tronco embrionárias’, entrevistava uma cientista que, com ares de comemoração, finalmente, esclareceu, jogando um balde água fria nos esperançosos doentes criminosamente enganados, ao dizer algo como: ‘ainda não temos nada, as pesquisas podem durar anos, podem ou não trazer bons resultados, num processo que poderá durar anos e anos (a mulher falou até em 30 anos), mas, o que importa é esse passo para a vida, blá, blá, blá’.
As indústrias farmacêuticas e os que querem evitar a superpolulação da sub-raça pobre sobre o planeta agradecem ao nosso STF. Missão cumprida.
Rebecca Santoro
E-mail: rebeccasantoro@gmail.com
Imortais Guerreiros - http://www.freewebs.com/imortaisguerreiros/index.htm
A VOZ DOS GUERREIROS - http://imortaisguerreirosnossavoz.blogspot.com/
(Cópia em: http://www.freewebs.com/imortaisguerreiros/reproduoavozdosguerrei.htm)
CRISE AÉREA: http://www.freewebs.com/imortaisguerreiros/crisearea.htm e http://acidentetam2007.blogspot.com/
MEMÓRIA INFOMIX: http://acidentetam2007.blogspot.com/ (Deixe seu recado)
MEMÓRIA MÍDIA SEM MÁSCARA: http://www.freewebs.com/imortaisguerreiros/mdiasemmscara.htm
Leia - ABORTO: O HOLOCAUSTO POLITICAMENTE CORRETO
http://infomix-cf.blogspot.com/2006/09/aborto-o-holocausto-politicamente.html
http://infomix-cf.blogspot.com/2006/09/aborto-o-holocausto-politicamente_18.htm
Nenhum comentário:
Postar um comentário